Liturgia diária
Agenda litúrgica
2023-04-02
DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR
Vermelho – Ofício próprio (Semana II do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. próprio.
L 1 Is 50, 4-7; Sl 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24
L 2 Flp 2, 6-11
Ev Mt 26, 14 – 27, 66 ou Mt 27, 11-54
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Na Diocese de Angra – Coleta da Renúncia Quaresmal.
* Na Diocese de Bragança-Miranda – Entrega da Renúncia Quaresmal.
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – Entrega da Renúncia Quaresmal.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Ano A
Missa
DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR
1. Neste dia, a Igreja recorda a entrada de Cristo, o Senhor, em Jerusalém, para consumar o seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas se comemora esta entrada do Senhor na cidade santa: ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa principal, ou com a entrada simples antes das outras Missas. A entrada solene (mas sem procissão) pode repetir-se antes de outras Missas que se celebram com grande assistência de fiéis.
Onde não é possível fazer a procissão nem a entrada solene, convém que, no sábado à tarde ou no domingo, à hora mais oportuna, se faça uma Celebração da palavra de Deus, que tenha por tema a entrada messiânica e a Paixão do Senhor.
Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém
Primeira forma: Procissão
2. À hora marcada, reúnem-se todos numa igreja secundária ou noutro lugar apropriado fora da igreja para a qual se dirige a procissão. Os fiéis levam ramos na mão.
3. O sacerdote e o diácono, revestidos de paramentos vermelhos próprios da Missa, acompanhados dos outros ministros, dirigem-se para o lugar onde o povo está reunido. O sacerdote, em vez da casula, pode levar o pluvial, que deporá terminada a procissão, para vestir a casula.
4. Entretanto, canta-se a antífona seguinte ou outro cântico apropriado.
ANTÍFONA Mt 21, 9
Hossana ao Filho de David.
Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel.
Hossana nas alturas.
5. O sacerdote e os fiéis benzem-se, enquanto o sacerdote diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Depois, saúda o povo na forma habitual e faz uma breve admonição aos fiéis, exortando-os a participar ativa e conscientemente na celebração deste dia, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:
Irmãos caríssimos:
Desde o princípio da Quaresma vimos a preparar-nos com obras de penitência e de caridade. Hoje, estamos aqui reunidos para darmos início, em união com toda a Igreja, à celebração do mistério pascal do Senhor, isto é, da sua paixão e ressurreição.
Foi para realizar este mistério da sua morte e ressurreição que Jesus Cristo entrou na sua cidade de Jerusalém. Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na sua cruz, mereçamos um dia tomar parte na sua ressurreição.
6. Seguidamente, o sacerdote, de braços abertos, diz uma das seguintes orações:
Oremos.
Deus todo-poderoso e eterno,
santificai com a vossa + bênção estes ramos,
para que, acompanhando a Cristo nosso Rei
nesta celebração festiva,
mereçamos entrar com Ele na Jerusalém celeste.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Amen.
Ou:
Senhor nosso Deus,
aumentai a fé dos que esperam em Vós
e ouvi com bondade as nossas humildes súplicas,
para que, aclamando com estes ramos a Cristo vitorioso,
permaneçamos unidos a Ele
e dêmos fruto abundante de boas obras.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Amen.
Terminada a oração, asperge os ramos com água benta, sem dizer nada.
7. A seguir, o diácono ou, na falta dele, o sacerdote faz a proclamação do Evangelho da entrada do Senhor, segundo o texto evangélico correspondente a cada um dos ciclos. Se for oportuno, pode usar-se o incenso.
Evangelho Mt. 21, 1-11
Jesus sobe a Jerusalém para Se submeter à morte. Por isso, entra na Cidade Santa à maneira de Messias e Rei, como os profetas haviam anunciado. Entra de um modo digno de «Filho de David». É porém, o triunfo modesto e humilde de um Rei, que vem não para dominar, mas para servir e dar a vida em resgate pela humanidade. Um triunfo, que é prelúdio de martírio.
«Bendito o que vem em nome do Senhor»
Ano A Mt 21, 1-11
+ Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo são Mateus.
Naquele tempo,
1 quando se aproximavam de Jerusalém
e chegaram a Betfagé, perto do Monte das Oliveiras,
Jesus enviou dois discípulos, 2 dizendo-lhes:
«Ide à povoação aí em frente
e encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela.
Soltai-a e trazei-mos.
3 Se alguém vos disser alguma coisa,
respondei que o Senhor precisa deles,
mas não tardará em devolvê-los».
4 Isto sucedeu para se cumprir o que tinha sido anunciado pelo Profeta:
5 «Dizei à filha de Sião:
“Eis o teu Rei, que vem ao teu encontro,
humildemente montado num jumentinho, filho de uma jumenta”».
6 Os discípulos partiram e fizeram como Jesus lhes ordenara;
7 trouxeram a jumenta e o jumentinho,
puseram sobre eles as suas capas
e Jesus sentou-se em cima.
8 Uma grande multidão estendia as suas capas no caminho,
enquanto outros cortavam ramos de árvores
e espalhavam-nos pelo caminho.
9 Toda esta multidão,
tanto os que iam à frente de Jesus como os que vinham atrás,
diziam em altos brados:
«Hossana ao Filho de David!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hossana nas alturas!»
10 Quando Jesus entrou em Jerusalém,
toda a cidade ficou alvoroçada.
E perguntavam: «Quem é Ele?»
11 E da multidão respondiam:
«Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia».
Palavra da salvação.
8. Depois do Evangelho, pode fazer-se uma breve homilia. Para anunciar o começo da procissão, o sacerdote ou o diácono ou outro ministro leigo idóneo pode fazer uma admonição, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:
Imitemos, irmãos caríssimos,
a multidão que aclamava Jesus na cidade santa de Jerusalém
e caminhemos em paz.
Ou:
Caminhemos em paz.
Neste caso, respondem todos:
Em nome de Cristo. Amen.
9. Inicia-se a procissão na forma habitual em direção à igreja onde é celebrada a Missa.
À frente vai o turiferário com o turíbulo aceso (caso se use o incenso); depois, no meio de dois ministros com velas acesas, o acólito ou outro ministro leva a cruz ornamentada com ramos de palmeira, conforme os costumes locais. Segue-se o diácono, que leva o livro dos Evangelhos, e o sacerdote com os outros ministros; finalmente, os fiéis com os ramos na mão.
Durante a procissão, os cantores e o povo cantam os seguintes cânticos ou outros apropriados em honra de Cristo Rei.
ANTÍFONA I
As crianças de Jerusalém foram ao encontro do Senhor
com ramos de oliveira, clamando com alegria:
Hossana nas alturas.
Esta antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.
Salmo 23
Do Senhor é a terra e o que nela existe, *
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares *
e a consolidou sobre as águas. Ant.
Quem poderá subir à montanha do Senhor? *
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro, *
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso. Ant.
Este será abençoado pelo Senhor *
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram, *
que procuram a face do Deus de Jacob. Ant.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais, *
alteai-vos, pórticos antigos, †
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória? *
O Senhor forte e poderoso, †
o Senhor poderoso nas batalhas. Ant.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais, *
alteai-vos, pórticos antigos, †
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória? *
O Senhor dos Exércitos, †
é Ele o Rei da glória. Ant.
ANTÍFONA II
As crianças de Jerusalém estendiam os seus mantos no caminho,
clamando com alegria: Hossana ao Filho de David.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Esta antífona pode repetir-se entre as estrofes do salmo seguinte.
Salmo 46
Povos todos, batei palmas, *
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível, *
o Rei soberano de toda a terra. Ant.
Submeteu os povos à nossa obediência *
e pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança, *
glória de Jacob, por Ele amado. Ant.
Deus subiu entre aclamações, *
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai, *
cantai hinos ao nosso Rei, cantai. Ant.
Deus é Rei do universo: *
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos, *
Deus está sentado no trono sagrado. Ant.
Reuniram-se os príncipes dos povos *
ao povo do Deus de Abraão.
Porque a Deus pertencem os poderes da terra, *
Ele está acima de todas as coisas. Ant.
Hino a Cristo Rei
Todos:
Glória, honra e louvor a Jesus Cristo,
Que é nosso Rei e nosso Redentor.
Como as crianças de Jerusalém,
Cantemos ao que vem
Em nome do Senhor.
Coro:
Louvam os anjos no alto dos céus,
Os homens cantam com ramos e palmas:
Bendito seja o Filho de David,
Senhor do mundo e Rei das nossas almas.
Todos: Glória, honra e louvor ...
Coro:
Exulta o universo de alegria,
Aclamando a vitória do Deus forte:
O Cordeiro votado ao sacrifício
É o Senhor que vai vencer a morte.
Todos: Glória, honra e louvor ...
Coro:
A alegria do povo resgatado,
Que celebra o triunfo de Jesus,
Seja um dia perfeita e gloriosa
Na claridade da eterna luz.
Todos: Glória, honra e louvor ...
10. À entrada da procissão na igreja, canta-se o responsório seguinte ou outro cântico alusivo à entrada do Senhor.
V. Ao entrar o Senhor na cidade santa,
as crianças de Jerusalém, com ramos de palmeira,
anunciaram a ressurreição da vida,
cantando alegremente:
R. Hossana nas alturas.
V. Quando o povo ouviu dizer
que Jesus vinha para Jerusalém,
saiu ao seu encontro com ramos de palmeira,
cantando alegremente:
R. Hossana nas alturas.
11. Ao chegar ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e, conforme as circunstâncias, incensa-o. Seguidamente, dirige-se para a sua cadeira, depõe o pluvial, se o usou, e veste a casula. Omitindo os outros ritos iniciais e, conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração coleta da Missa. Terminada esta oração, a Missa continua na forma habitual.
Segunda forma: Entrada solene
12. Quando não é possível fazer a procissão fora da igreja, a entrada do Senhor celebra-se dentro da igreja, com a entrada solene antes da Missa principal.
13. Os fiéis, com os ramos na mão, reúnem-se ou diante da porta da igreja ou dentro dela. O sacerdote, os ministros e uma representação dos fiéis dirigem-se para um lugar apropriado da igreja, fora do presbitério, onde, pelo menos, a maior parte dos fiéis possa ver a ação ritual.
14. Enquanto o sacerdote se encaminha para o lugar indicado, canta-se a antífona Hossana ou outro cântico apropriado. Em seguida, faz-se a bênção dos ramos e a proclamação do Evangelho da entrada do Senhor em Jerusalém, como ficou indicado acima (nn. 5-7). Depois do Evangelho, o sacerdote, com os ministros e a representação dos fiéis, avança solenemente em direção ao presbitério. Entretanto, canta-se o responsório Ao entrar o Senhor (n. 10) ou outro cântico apropriado.
15. Tendo chegado ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência. Depois, dirige-se para a sua cadeira e, omitindo os ritos iniciais da Missa e, conforme as circunstâncias, o Senhor, tende piedade (Kýrie), diz a oração coleta da Missa, que prossegue na forma habitual.
Terceira forma: Entrada simples
16. Em todas as outras Missas, em que não se faz a entrada solene, recorda-se a entrada do Senhor em Jerusalém de uma forma simples.
17. Enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, canta-se a antífona de entrada com o respetivo salmo (n. 18) ou outro cântico alusivo à entrada do Senhor. Tendo chegado ao altar, o sacerdote faz-lhe a devida reverência e dirige-se para a sua cadeira. Depois de se benzer, saúda o povo; a Missa continua na forma habitual.
Nas Missas em que não é possível cantar a antífona ou cântico de entrada, o sacerdote saúda o povo, imediatamente depois de chegar ao altar e de lhe ter feito a devida reverência, e lê a antífona de entrada. Depois, continua a Missa na forma habitual.
12. Antífona de entrada Cf. Jo 12, 1.12-13; Sl 23, 9-10
Seis dias antes da Páscoa, o Senhor entrou em Jerusalém
e as crianças vieram ao seu encontro, com ramos de palmeira,
cantando com alegria:
Hossana nas alturas.
Bendito sejais, Senhor,
que vindes trazer ao mundo a misericórdia de Deus.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos, é Ele o Rei da glória.
Hossana nas alturas.
Bendito sejais, Senhor,
que vindes trazer ao mundo a misericórdia de Deus.
MISSA
19. Depois da procissão ou da entrada solene, o sacerdote começa a Missa com a oração coleta.
20. Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, para salvar a humanidade,
quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem
e suportasse a cruz,
fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão
para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LITURGIA DA PALAVRA
Leitura I Is. 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»
Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.
Leitura do Livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Sal. 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Refrão: Meu Deus, meu Deus,
porque me abandonastes? Repete-se
Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo». Refrão
Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos. Refrão
Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me. Refrão
Hei de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel. Refrão
LEITURA II Filip 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória de “Senhor”, que é a própria glória de Deus.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.
22. A leitura da Paixão do Senhor faz-se sem círios nem incenso, sem saudação nem signação do livro. É lida pelo diácono ou, na falta dele, pelo próprio sacerdote. Também pode ser lida por leitores, reservando, quando possível, a parte de Cristo ao sacerdote. Só os diáconos (e não os outros), antes da leitura da Paixão, pedem a bênção ao sacerdote, como de costume antes do Evangelho.
23. Depois da leitura da Paixão do Senhor, faz-se, conforme as circunstâncias, uma breve homilia.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória Repete-se
Cristo obedeceu até à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes. Refrão
EVANGELHO – Forma longa Mt 26, 14 – 27, 66
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
Todos os evangelistas apresentam a história da Paixão do Senhor. São Mateus escreve tendo em vista sobretudo os cristãos que vêm do meio dos judeus. Estes conhecem muito bem o Antigo Testamento e, por isso, ele faz referências frequentes a passagens deste Testamento nas quais manifesta que o que nelas estava anunciado se realizou na Paixão de Jesus. O Senhor é, de facto, o ponto de chegada de tudo o que antes tinha sido profetizado.
N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Mateus
Naquele tempo,
um dos doze, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes:
R «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?».
N Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E a partir de então,
Judas procurava uma oportunidade para O entregar.
No primeiro dia dos Ázimos,
os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe:
R «Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?».
N Ele respondeu:
J «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo.
É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa
com os meus discípulos’».
N Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, declarou:
J «Em verdade vos digo: Um de vós há de entregar-Me».
N Profundamente entristecidos,
começou cada um a perguntar-Lhe:
R «Serei eu, Senhor?».
N Jesus respondeu:
J «Aquele que meteu comigo a mão no prato
é que há de entregar-Me.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito acerca d’Ele.
Mas ai daquele por quem o Filho do homem
vai ser entregue!
Melhor seria para esse homem não ter nascido».
N Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou:
R «Serei eu, Mestre?».
N Respondeu Jesus:
J «Tu o disseste».
N Enquanto comiam,
Jesus tomou o pão, recitou a bênção,
partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo:
J «Tomai e comei: Isto é o meu Corpo».
N Tomou em seguida um cálice,
deu graças e entregou-lho, dizendo:
J «Bebei dele todos,
porque este é o meu Sangue, o Sangue da aliança,
derramado pela multidão,
para remissão dos pecados.
Eu vos digo que não beberei mais deste fruto da videira,
até ao dia em que beberei convosco
o vinho novo no reino de meu Pai».
N Cantaram os salmos
e seguiram para o monte das Oliveiras.
N Então, Jesus disse-lhes:
J «Todos vós, esta noite, vos escandalizareis
por minha causa,
como está escrito:
‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas do rebanho’.
Mas, depois de ressuscitar,
preceder-vos-ei a caminho da Galileia».
N Pedro interveio, dizendo:
R «Ainda que todos se escandalizem por tua causa,
eu não me escandalizarei».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo:
Esta mesma noite, antes de o galo cantar,
Me negarás três vezes».
N Pedro disse-lhe:
R «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei».
N E o mesmo disseram todos os discípulos.
Então, Jesus chegou com eles a uma propriedade,
chamada Getsémani,
e disse aos discípulos:
J «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar».
N E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu,
começou a entristecer-Se e a angustiar-Se.
Disse-lhes então:
J «A minha alma está numa tristeza de morte.
Ficai aqui e vigiai comigo».
N E adiantando-Se um pouco mais,
caiu com o rosto por terra,
enquanto orava e dizia:
J «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice.
Todavia, não se faça como Eu quero,
mas como Tu queres».
N Depois, foi ter com os discípulos,
encontrou-os a dormir e disse a Pedro:
J «Nem sequer pudestes vigiar uma hora comigo!
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca».
N De novo Se afastou, pela segunda vez, e orou, dizendo:
J «Meu Pai,
se este cálice não pode passar sem que Eu o beba,
faça-se a tua vontade».
N Voltou novamente e encontrou-os a dormir,
pois os seus olhos estavam pesados de sono.
Deixou-os e foi de novo orar, pela terceira vez,
repetindo as mesmas palavras.
Veio então ao encontro dos discípulos e disse-lhes:
J «Dormi agora e descansai.
Chegou a hora em que o Filho do homem
vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos, vamos.
Aproxima-se aquele que Me vai entregar».
N Ainda Jesus estava a falar,
quando chegou Judas, um dos Doze,
e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus,
enviada pelos príncipes dos sacerdotes
e pelos anciãos do povo.
O traidor tinha-lhes dado este sinal:
R «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O».
N Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse-Lhe:
R «Salve, Mestre!».
N E beijou-O.
Jesus respondeu- lhe:
J «Amigo, a que vieste?».
N Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus
e prenderam-n’O.
Um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada,
desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha.
Jesus disse-lhe:
J «Mete a tua espada na bainha,
pois todos os que puxarem da espada morrerão à espada.
Pensas que não posso rogar a meu Pai
que ponha já ao meu dispor
mais de doze legiões de Anjos?
Mas como se cumpririam as Escrituras,
segundo as quais assim tem de acontecer?».
N Voltando-Se depois para a multidão, Jesus disse:
J «Viestes com espadas e varapaus para Me prender
como se fosse um salteador!
Eu estava todos os dias sentado no templo a ensinar
e não Me prendestes...
Mas, tudo isto aconteceu
para se cumprirem as Escrituras dos profetas».
N Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram.
N Os que tinham prendido Jesus
levaram-n’O à presença do sumo sacerdote Caifás,
onde os escribas e os anciãos se tinham reunido.
Pedro foi-O seguindo de longe,
até ao palácio do sumo sacerdote.
Aproximando-se, entrou e sentou-se com os guardas,
para ver como acabaria tudo aquilo.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho falso contra Jesus
para O condenarem à morte,
mas não o encontravam,
embora se tivessem apresentado
muitas testemunhas falsas.
Por fim, apresentaram-se duas que disseram:
R «Este homem afirmou:
‘Posso destruir o templo de Deus
e reconstruí-lo em três dias’».
N Então o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus:
R «Não respondes nada?
Que dizes ao que depõem contra Ti?».
N Mas Jesus continuava calado.
Disse-Lhe o sumo sacerdote:
R «Eu Te conjuro pelo Deus vivo,
que nos declares se és Tu o Messias, o Filho de Deus».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Tu o disseste.
E Eu digo-vos: vereis o Filho do homem
sentado à direita do Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu».
N Então o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo:
R «Blasfemou.
Que necessidade temos de mais testemunhas?
Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?».
N Eles responderam:
R «É réu de morte».
N Cuspiram-Lhe então no rosto e deram-Lhe punhadas.
Outros esbofeteavam-n’O, dizendo:
R «Adivinha, Messias: quem foi que Te bateu?».
N Entretanto, Pedro estava sentado no pátio.
Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe:
R «Tu também estavas com Jesus, o galileu».
N Mas ele negou diante de todos, dizendo:
R «Não sei o que dizes».
N Dirigindo-se para a porta,
foi visto por outra criada que disse aos circunstantes:
R «Este homem estava com Jesus de Nazaré».
N E, de novo, ele negou com juramento:
R «Não conheço tal homem».
N Pouco depois, aproximaram-se os que ali estavam
e disseram a Pedro:
R «Com certeza tu és deles, pois até a fala te denuncia».
N Começou então a dizer imprecações e a jurar:
R «Não conheço tal homem».
N E, imediatamente, um galo cantou.
Então, Pedro lembrou-se das palavras que Jesus dissera:
«Antes de o galo cantar, tu Me negarás três vezes».
E, saindo, chorou amargamente.
Ao romper da manhã,
todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo
se reuniram em conselho contra Jesus,
para Lhe darem a morte.
Depois de Lhe atarem as mãos,
levaram-n’O e entregaram-n’O ao governador Pilatos.
Então Judas, que entregara Jesus,
vendo que Ele tinha sido condenado,
tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata
aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo:
R «Pequei, entregando sangue inocente».
N Mas eles replicaram:
R «Que nos importa? É lá contigo».
N Então arremessou as moedas para o santuário,
saiu dali e foi-se enforcar.
Mas os príncipes dos sacerdotes
apanharam as moedas e disseram:
R «Não se podem lançar no tesouro,
porque são preço de sangue».
N E, depois de terem deliberado,
compraram com elas o Campo do Oleiro,
que servia para a sepultura dos estrangeiros.
Por este motivo se tem chamado àquele campo,
até ao dia de hoje, «Campo de Sangue».
Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta:
«Tomaram trinta moedas de prata,
preço em que foi avaliado
Aquele que os filhos de Israel avaliaram
e deram-nas pelo Campo do Oleiro,
como o Senhor me tinha ordenado».
N Entretanto, Jesus foi levado à presença do governador,
que lhe perguntou:
R «Tu és o Rei dos judeus?».
N Jesus respondeu:
J «É como dizes».
N Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes
e pelos anciãos, nada respondeu.
Disse-Lhe então Pilatos:
R «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?».
N Mas Jesus não respondeu coisa alguma,
a ponto de o governador ficar muito admirado.
Ora, pela festa da Páscoa,
o governador costumava soltar um preso,
à escolha do povo.
Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás.
E, quando eles se reuniram, disse-lhes Pilatos:
R «Qual quereis que vos solte?
Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?».
N Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja.
Enquanto estava sentado no tribunal,
a mulher mandou-lhe dizer:
R «Não te prendas com a causa desse justo,
pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele».
N Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos
persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás
e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou a palavra e perguntou-lhes:
R «Qual dos dois quereis que vos solte?».
N Eles responderam:
R «Barrabás».
N Disse-lhes Pilatos:
R «E que hei de fazer de Jesus, chamado Cristo?».
N Responderam todos:
R «Seja crucificado».
N Pilatos insistiu:
R «Que mal fez Ele?».
N Mas eles gritavam cada vez mais:
R «Seja crucificado».
N Pilatos, vendo que não conseguia nada
e aumentava o tumulto,
mandou vir água
e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo:
R «Estou inocente do sangue deste homem.
Isso é lá convosco».
N E todo o povo respondeu:
R «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».
N Soltou-lhes então Barrabás.
E, depois de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-lh’O para ser crucificado.
Então os soldados do governador
levaram Jesus para o pretório
e reuniram à volta d’Ele toda a coorte.
Tiraram-Lhe a roupa
e envolveram-n’O num manto vermelho.
Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça
e colocaram uma cana na sua mão direita.
Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo:
R «Salve, Rei dos judeus!».
N Depois, cuspiam-Lhe no rosto
e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas
e levaram-n’O para ser crucificado.
N Ao saírem,
encontraram um homem de Cirene, chamado Simão,
e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus.
Chegados a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer lugar do Calvário,
deram-Lhe a beber vinho misturado com fel.
Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber.
Depois de O terem crucificado,
repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte,
e ficaram ali sentados a guardá-l’O.
Por cima da sua cabeça puseram um letreiro,
indicando a causa da sua condenação:
«Este é Jesus, o Rei dos judeus».
Foram crucificados com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:
R «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo;
se és Filho de Deus, desce da cruz».
N Os príncipes dos sacerdotes,
juntamente com os escribas e os anciãos,
também troçavam d’Ele, dizendo:
R «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Se é o Rei de Israel,
desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele.
Confiou em Deus:
Ele que O livre agora, se O ama,
porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’».
N Até os salteadores crucificados com Ele O insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
as trevas envolveram toda a terra.
E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
J «Eli, Eli, lemá sabactáni?»,
N que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
R «Está a chamar por Elias».
N Um deles correu a tomar uma esponja,
embebeu-a em vinagre,
pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber.
Mas os outros disseram:
R «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».
N E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
N Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes,
de alto a baixo;
a terra tremeu e as rochas fenderam-se.
Abriram-se os túmulos
e muitos dos corpos de santos que tinham morrido
ressuscitaram;
e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus,
entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus,
ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer,
ficaram aterrados e disseram:
R «Este era verdadeiramente Filho de Deus».
N Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres
que tinham seguido Jesus desde a Galileia,
para O servirem.
Entre elas encontrava-se Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José,
e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Ao cair da tarde,
veio um homem rico de Arimateia, chamado José,
que também se tinha tornado discípulo de Jesus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
E Pilatos ordenou que lho entregassem.
José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo
e depositou-o no seu sepulcro novo,
que tinha mandado escavar na rocha.
Depois rolou uma grande pedra para a entrada do sepulcro
e retirou-se.
Entretanto, estavam ali Maria Madalena e a outra Maria,
sentadas em frente do sepulcro.
No dia seguinte, isto é, depois da Preparação,
os príncipes dos sacerdotes e os fariseus
foram ter com Pilatos e disseram-lhe:
R «Senhor, lembrámo-nos do que aquele impostor disse
quando ainda era vivo:
‘Depois de três dias ressuscitarei’.
Por isso, manda que o sepulcro
seja mantido em segurança
até ao terceiro dia,
para que não venham os discípulos roubá-lo
e dizer ao povo: ‘Ressuscitou dos mortos’.
E a última impostura seria pior do que a primeira».
N Pilatos respondeu:
R «Tendes à vossa disposição a guarda:
ide e guardai-o como entenderdes».
N Eles foram e guardaram o sepulcro,
selando a pedra e pondo a guarda.
Palavra da salvação.
EVANGELHO – Forma breve Mt 27, 11-54
N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Mateus
Naquele tempo,
Jesus foi levado à presença do governador Pilatos,
que lhe perguntou:
R «Tu és o Rei dos judeus?».
N Jesus respondeu:
J «É como dizes».
N Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes
e pelos anciãos, nada respondeu.
Disse-Lhe então Pilatos:
R «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?».
N Mas Jesus não respondeu coisa alguma,
a ponto de o governador ficar muito admirado.
Ora, pela festa da Páscoa,
o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo.
Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás.
E, quando eles se reuniram, disse-lhes Pilatos:
R «Qual quereis que vos solte?
Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?».
N Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja.
Enquanto estava sentado no tribunal,
a mulher mandou-lhe dizer:
R «Não te prendas com a causa desse justo,
pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele».
N Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos
persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás
e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou a palavra e perguntou-lhes:
R «Qual dos dois quereis que vos solte?».
N Eles responderam:
R «Barrabás».
N Disse-lhes Pilatos:
R «E que hei de fazer de Jesus, chamado Cristo?».
N Responderam todos:
R «Seja crucificado».
N Pilatos insistiu:
R «Que mal fez Ele?».
N Mas eles gritavam cada vez mais:
R «Seja crucificado».
N Pilatos, vendo que não conseguia nada
e aumentava o tumulto,
mandou vir água
e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo:
R «Estou inocente do sangue deste homem.
Isso é lá convosco».
N E todo o povo respondeu:
R «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».
N Soltou-lhes então Barrabás.
E, depois de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-lh’O para ser crucificado.
Então os soldados do governador
levaram Jesus para o pretório
e reuniram à volta d’Ele toda a coorte.
Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O
num manto vermelho.
Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça
e colocaram uma cana na sua mão direita.
Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo:
R «Salve, Rei dos judeus!».
N Depois, cuspiam-Lhe no rosto
e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas
e levaram-n’O para ser crucificado.
N Ao saírem,
encontraram um homem de Cirene, chamado Simão,
e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus.
Chegados a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer lugar do Calvário,
deram-Lhe a beber vinho misturado com fel.
Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber.
Depois de O terem crucificado,
repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte,
e ficaram ali sentados a guardá-l’O.
Por cima da sua cabeça puseram um letreiro,
indicando a causa da sua condenação:
«Este é Jesus, o Rei dos judeus».
Foram crucificados com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n’O
e abanavam a cabeça, dizendo:
R «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo;
se és Filho de Deus, desce da cruz».
N Os príncipes dos sacerdotes,
juntamente com os escribas e os anciãos,
também troçavam d’Ele, dizendo:
R «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo!
Se é o Rei de Israel,
desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele.
Confiou em Deus:
Ele que O livre agora, se O ama,
porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’».
N Até os salteadores crucificados com Ele O insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde,
as trevas envolveram toda a terra.
E, pelas três horas da tarde,
Jesus clamou com voz forte:
J «Eli, Eli, lemá sabactáni?»,
N que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
R «Está a chamar por Elias».
N Um deles correu a tomar uma esponja,
embebeu-a em vinagre,
pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber.
Mas os outros disseram:
R «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».
N E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
N Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes,
de alto a baixo;
a terra tremeu e as rochas fenderam-se.
Abriram-se os túmulos
e muitos dos corpos de santos que tinham morrido
ressuscitaram;
e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus,
entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus,
ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer,
ficaram aterrados e disseram:
R «Este era verdadeiramente Filho de Deus».
N Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
23. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Pela paixão do vosso Filho unigénito,
apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação:
concedei-nos, por este único e admirável sacrifício,
a misericórdia que nossos pecados não merecem.
Por Cristo nosso Senhor.
24. Prefácio A Paixão do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por nosso Senhor Jesus Cristo.
Sendo inocente, entregou-Se à morte pelos pecadores;
não tendo culpas, deixou-Se condenar pelos culpados.
A sua morte redimiu os nossos pecados
e a sua ressurreição abriu-nos as portas da salvação.
Por isso, com todos os anjos,
proclamamos a vossa glória,
dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.
25. ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 26, 42
Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba,
faça-se a tua vontade.
26. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Saciados com estes dons sagrados,
nós Vos pedimos, Senhor:
assim como, pela morte do vosso Filho,
nos fizestes esperar o que a nossa fé nos promete,
fazei-nos também chegar, pela sua ressurreição,
às alegrias do reino que esperamos.
Por Cristo nosso Senhor.
27. Oração sobre o povo
Olhai benignamente, Senhor, para a vossa família,
pela qual nosso Senhor Jesus Cristo
Se entregou às mãos dos seus inimigos
e suportou a cruz.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Santo
São Francisco de Paula, eremita
Martirológio
São Francisco de Paula, eremita, fundador da Ordem dos Mínimos, na Calábria, região da Itália. Prescreveu aos seus discípulos que vivessem de esmolas, não tivessem nada próprio nem tocassem o dinheiro e tomassem sempre só os alimentos quaresmais. Chamado pelo rei da França Luís XI para visitar a corte régia, assistiu-lhe à morte e faleceu em Plessis, próximo de Tours, com a fama de grande austeridade de vida. |
2. Em Cesareia da Palestina, Santo Anfiano ou Apiano, mártir, que, no tempo do imperador Maximino, quando os habitantes daquela terra eram obrigados a sacrificar publicamente aos deuses, se aproximou corajosamente do governador Urbano e, segurando-lhe a mão direita, obrigou-o a suspender o rito; imediatamente os soldados se arremessaram sobre ele e, envolvendo-lhe os pés num lençol embebido em óleo, atearam-lhe fogo e lançaram-no vivo ao mar. |
3. Também em Cesareia da Palestina, a paixão de Santa Teodora, virgem de Tiro, que, na mesma perseguição, por saudar publicamente os confessores da fé que estavam perante o tribunal e rogar-lhes que se lembrassem dela quando chegassem à presença do Senhor, foi presa pelos soldados e conduzida ao prefeito, por ordem do qual sofreu cruéis suplícios e finalmente foi lançada ao mar. |
4. Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Abúndio, bispo, que, tendo sido enviado a Constantinopla pelo papa Leão Magno, aí defendeu firmemente a verdadeira fé. |
5. Em Cápua, na Campânia, também região da Itália, São Vítor, bispo, célebre pela sua erudição e santidade. |
6. Em Lião, na Gália, actualmente na França, São Nicécio, bispo, que foi sempre solícito para com os pobres e bondoso para com os humildes e ensinou esta Igreja a seguir uma norma na salmodia. |
7. No mosteiro de Luxeuill, na Borgonha, também na actual França, Santo Eustásio, abade, que foi discípulo de São Columbano e prelado de quase seiscentos monges. |
8. No Chelmsford, na Inglaterra, São João Paine, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, falsamente acusado de alta traição, sofreu o suplício da forca. |
9*. Em Tomhom, localidade da ilha de Guam, na Oceania, São Pedro Calungsod, catequista, e o Beato Diogo Luís de San Vítores, presbítero da Companhia de Jesus, que por causa da sua fé cristã foram cruelmente assassinados e lançados ao mar por apóstatas e alguns indígenas sequazes de superstições pagãs. |
10*. Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, o Beato Leopoldo de Gaiche, presbítero da Ordem dos Frades Menores, que organizou santos retiros em Monteluco. |
11. Em Xuong Dien, no Tonquim, hoje no Vietnam, São Domingos Tuoc, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir na perseguição do imperador Minh Mang. |
12*. Em Pádua, no Véneto, região da Itália, a Beata Isabel Vendramini, virgem, que dedicou a sua vida aos pobres e, superando muitas adversidades, fundou o Instituto das Irmãs Isabelinas da Ordem Terceira de São Francisco. |
13*. Em Vich, cidade da Catalunha, na Espanha, São Francisco Coll y Guitart, presbítero da Ordem dos Pregadores, que, injustamente expulso do claustro, perseverou firmemente na sua vocação e anunciou por toda esta região o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. |
14*. Em Gyor, na Hungria, o Beato Guilherme Apor, bispo e mártir, que, durante a segunda guerra mundial, abriu as suas portas a cerca de trezentos refugiados e, espancado na tarde da Sexta-Feira da Paixão do Senhor por defender das mãos dos soldados algumas jovens indefesas, morreu três dias depois. |
15*. Em L’viv, na Ucrânia, o Beato Nicolau Carneckyj, bispo, que, exercendo a função de exarca apostólico em Volyn’ e Pidljashja, durante a perseguição contra a fé cristã, seguiu os passos de Cristo como pastor fiel e por sua graça alcançou o reino celeste. |
16*. Em Maracay, na Venezuela, a beata Maria de São José Alvarado (Laura Alvarado Cardozo), virgem, que fundou a Congregação das Agostinhas Recoletas do Sagrado Coração e assistiu sempre com suprema caridade as órfãs, os idosos e os pobres abandonados. |
17. Em Roma, junto de São Pedro, o dia natal de São João Paulo II, papa, cuja memória se celebra no dia 22 de Outubro. |