Santos
São Francisco de Paula, eremita
Nota Histórica
Francisco nasceu em Paula, na Calábria, região da Itália, no ano 1416. Sedento da íntima comunhão com Cristo crucificado, a exemplo de são Francisco de Assis, procurou a solidão e dedicou-se a uma vida austera de oração e penitência. Fundou a Ordem dos Mínimos. Prescreveu aos seus discípulos que vivessem de esmolas, não tivessem nada próprio, nem tocassem no dinheiro e tomassem sempre apenas os alimentos quaresmais. Chamado pelo rei da França Luís XI para visitar a corte régia, assistiu-lhe à morte. Morreu em Plessis, próximo de Tours, na França, no ano 1507, com a fama de grande austeridade de vida.
Missa
Comum dos santos: para os religiosos.
Oração coleta
Senhor nosso Deus, grandeza dos humildes,
que elevastes são Francisco [de Paula] à glória dos eleitos,
concedei-nos que, por seus méritos e exemplos,
alcancemos a felicidade prometida aos mansos e humildes de coração.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Das Cartas de São Francisco de Paula, eremita
Carta de 1486: ed. A. Galuzzi, Origini dell’Ordine dei Minimi,
Roma 1967, pp. 121-122) (Sec. XV)
Convertei-vos de coração sincero
Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabe retribuir com generosidade, vos dê a recompensa dos vossos trabalhos.
Fugi de todo o mal, apartai-vos dos perigos. Nós e todos os nossos irmãos, se bem que indignos, pedimos constantemente a Deus Pai, a seu Filho Jesus Cristo e à Virgem Maria, sua Mãe, que vos ajudem sempre e vos guiem para a salvação da alma e do corpo, e vos façam progredir sempre no caminho do bem até ao fim.
Exorto-vos, irmãos, e peço-vos insistentemente: trabalhai com a maior prudência e diligência pela salvação das vossas almas. A morte é certa, e a vida é breve e desfaz-se como fumo.
Lembrai-vos da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, abrasado de amor por nós, desceu do Céu para nos salvar, sofreu tantos tormentos na alma e no corpo e não quis evitar sofrimento algum por nosso amor. Recordemo-nos do seu exemplo de perfeita paciência e de perfeito amor, e sejamos nós também pacientes nas adversidades.
Afastai de vós toda a espécie de ódio e inimizade, evitai cuidadosamente as palavras ásperas e impertinentes e, se alguma vez saíram da vossa boca, não hesiteis em levar o remédio com os mesmos lábios que provocaram a ferida. Perdoai-vos uns aos outros e esquecei totalmente qualquer ofensa recebida. Conservar o ressentimento do mal é uma ofensa, é complemento da ira, retenção do pecado, ódio da justiça, flecha do rancor, veneno da alma, destruição das virtudes, verme da consciência, obstáculo da oração, impedimento das graças que pedimos a Deus, alienação da caridade, espinho cravado na alma, maldade sempre desperta, pecado que nunca se apaga, morte quotidiana.
Amai a paz, que é o mais precioso de todos os tesouros. Sabeis certamente que os nossos pecados provocam a ira de Deus: corrigi-vos, portanto, e arrependei-vos, para que Deus vos perdoe na sua misericórdia. O que ocultamos aos homens é manifesto a Deus: convertei-vos, portanto, de coração sincero. Vivei de tal modo que mereçais receber a bênção do Senhor; e a paz de Deus nosso Pai esteja sempre convosco.