Santos

São Luís Maria Grignion de Monfort, presbítero

 

Nota Histórica

Luís Maria Grignion nasceu em Monfort, na região da Bretanha. Foi ordenado presbítero em Paris. Nomeado missionário apostólico pelo papa Clemente XI, percorreu as regiões ocidentais de França, anunciando o mistério da Sabedoria eterna e o de Cristo encarnado e crucificado e ensinando o caminho da santidade por Maria a Jesus. Para a sua obra missionária fundou congregações, pregou e escreveu obras sobre a cruz de Cristo e sobre a verdadeira devoção à Virgem Maria. Reconduziu muita gente a uma vida de penitência. Morreu na cidade de Saint-­Laurent-sur-Sèvre, diocese de Luçon, na França, a 28 de abril de 1716.

 

Missa

Comum dos pastores da Igreja: para um pastor.

Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que dirigistes os passos do presbítero são Luís Maria [de Monfort],
pelo caminho da salvação e do amor de Cristo,
na escola da Virgem santa Maria,
concedei que, imitando o seu exemplo,
meditemos nos mistérios inefáveis do vosso amor
e trabalhemos incansavelmente na edificação da vossa Igreja.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


Ou:

Deus todo-poderoso e eterno,
que fizestes do presbítero são Luís Maria [de Monfort]
um admirável testemunho
e mestre da plena consagração ao vosso Filho,
por meio da Virgem Maria, sua Mãe,
concedei-nos que, seguindo o seu caminho espiritual,
trabalhemos pela dilatação do vosso reino em todo o mundo.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia das Horas

Do Tratado «A verdadeira devoção à Santíssima Virgem», de São Luís Maria Grignion de Monfort

(nn. 120.121.125-126: Oeuvres complètes, Seuil, Paris 1966, pp. 562-563.566-567)

Totus tuus

Toda a nossa perfeição consiste em sermos conformes a Jesus Cristo, em nos unirmos e consagrarmos a Ele. A mais perfeita de todas as devoções é sem dúvida aquela que nos conforma, nos une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Ora, porque Maria é, entre todas as criaturas, a mais conforme a Jesus Cristo, conclui-se que, entre todas as devoções, a que melhor consagra e conforma uma alma a Nosso Senhor é a devoção à Santíssima Virgem, sua santa Mãe. E quanto mais uma alma for consagrada a Maria, mais o será a Jesus Cristo.
É por isso que a perfeita consagração a Jesus Cristo não é mais que uma perfeita e total consagração de si mesmo à Santíssima Virgem; esta é a devoção que eu ensino.
Esta forma de devoção pode chamar-se, com toda a propriedade, a perfeita renovação dos votos e promessas do santo Baptismo, porque nela o cristão dá-se totalmente à Santíssima Virgem, para que, por Maria, pertença todo a Cristo.
Assim, a consagração é feita ao mesmo tempo à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo: à Virgem Santa Maria, como o modo perfeito que Jesus Cristo escolheu para Se unir a nós e nos unir a Ele; e a Nosso Senhor Jesus Cristo, como nosso fim último, a quem devemos tudo o que somos, porque é o nosso Redentor e o nosso Deus.
Além disso, devemos considerar que todo o homem, quando é baptizado, renuncia solenemente, pela sua própria boca ou pela do seu padrinho e madrinha, a Satanás e às suas tentações e obras, e toma Jesus Cristo como seu Mestre e soberano Senhor, a fim de depender d’Ele na qualidade de escravo de amor. É o que realmente se faz nesta devoção: o cristão renuncia ao demónio, ao mundo, ao pecado e a si mesmo, e consagra-se totalmente a Jesus Cristo pelas mãos de Maria.
No Baptismo não nos damos a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, pelo menos de maneira expressa, e não damos a Jesus Cristo o valor das nossas boas obras. Ficamos, depois do Baptismo, com plena liberdade de aplicar esse valor a quem quisermos ou de o reservar para nós mesmos. Mas, por esta devoção, damo-nos expressamente a Nosso Senhor pelas mãos de Maria e consagramos-Lhe o valor de todas as nossas acções.