Santos
São Pedro Chanel, presbítero e mártir
Nota Histórica
Pedro Chanel nasceu em Cuet, na França, no ano 1803. Ordenado presbítero, exerceu o ministério pastoral por algum tempo. Depois, entrou na Sociedade de Maria (Maristas) e partiu, como missionário, para a Oceânia ocidental. Chegou à ilha Futuna, onde ainda nenhuma comunidade cristã tinha sido constituída. Apesar das dificuldades de toda a espécie, com a sua singular mansidão, conseguiu converter à fé alguns habitantes da ilha, entre eles o filho do próprio rei, que, enfurecido, o mandou matar em 1841, fazendo dele o primeiro mártir da Oceânia.
Missa
Comum dos mártires: para um mártir no Tempo Pascal;
ou Comum dos pastores da Igreja: para os missionários.
Oração coleta
Senhor nosso Deus, que destes a são Pedro [Chanel]
a graça de coroar com o martírio
o anúncio missionário do Evangelho,
concedei que, também nós, neste tempo de alegria pascal,
vivamos plenamente o mistério de Cristo morto e ressuscitado,
para sermos fiéis testemunhas da vida nova.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Elogio de São Pedro Chanel, presbítero e mártir
O sangue dos mártires é semente de cristãos
Pedro, logo que abraçou a vida religiosa na Sociedade de Maria, foi mandado a seu pedido para as missões da Oceânia e aportou à ilha de Futuna no Oceano Pacífico, onde ainda não tinha sido anunciado o nome de Cristo. Um religioso leigo que sempre o acompanhou assim descreve a sua vida missionário:
«Depois dos seus trabalhos, voltava a casa abrasado pelo ardor do sol, muitas vezes enfraquecido pela fome, banhado em suor e morto de cansaço, mas sempre animado, ágil e satisfeito, como se regressasse dum lugar de delícias; isto não uma vez, mas quase todos os dias.
Não costumava negar coisa alguma aos habitantes de Futuna, nem sequer aos que o perseguiam. Sempre os desculpava e nunca os repelia, por mais rudes e incómodos que fossem. Tratava a todos com extraordinária amabilidade, que manifestava de muitos modos, sem exceptuar ninguém».
Não é pois de admirar que os indígenas chamassem «homem de grande coração» àquele que algumas vezes dissera a seus irmãos em religião: «Em missão tão difícil bem preciso é que sejamos santos».
Pouco a pouco foi anunciando o Evangelho de Cristo, mas pouco fruto conseguia. Apesar disso, continuava com invencível constância o seu trabalho missionário, ao mesmo tempo humanitário e religioso, confiando no exemplo e nas palavras de Cristo: Um é o que semeia e outro o que ceifa. E pedia com insistência o auxílio da Mãe de Deus, por quem tinha particular devoção.
A sua pregação da religião cristã destruiu o culto dos maus espíritos, que os notáveis de Futuna fomentavam para conservar o povo sob o seu domínio. Foi esta a razão que os levou a assassiná-lo cruelmente com a esperança de fazerem desaparecer, com esta morte, as sementes da religião cristã, que Pedro tinha lançado à terra.
Mas ele próprio dissera na véspera do martírio: «Nada importa que eu morra; o cristianismo está tão arraigado nesta ilha, que não será arrancado com a minha morte».
O sangue do mártir frutificou primeiramente nos habitantes de Futuna, que, poucos anos mais tarde, abraçaram todos a fé de Cristo; mas frutificou também nas outras ilhas da Oceânia, onde existem agora Igrejas cristãs muito florescentes, que têm e invocam a Pedro como seu primeiro mártir.