Santos
São Policarpo, bispo e mártir
Nota Histórica
Memória
Policarpo foi discípulo dos Apóstolos e bispo de Esmirna. Deu hospedagem a Inácio de Antioquia. Foi a Roma a fim de tratar com o papa Aniceto a questão da festa da Páscoa. Foi venerado como discípulo de são João e última testemunha da época apostólica. Com 86 anos de idade, sofreu o martírio, por volta do ano 155, lançado às chamas e queimado vivo diante de todo o povo, no anfiteatro da cidade de Esmirna, na província da Ásia, na atual Turquia, dando graças a Deus Pai, porque Se dignou contá-lo no número dos mártires e tomar parte no cálice de Cristo.
Missa
Comum dos mártires: para um mártir;
ou Comum dos pastores da Igreja: para um bispo.
Oração coleta
Deus de todas as criaturas,
que quisestes contar, entre o número dos mártires,
o bispo são Policarpo,
concedei-nos, por sua intercessão,
que, tomando parte com ele na paixão de Cristo,
ressuscitemos pelo Espírito Santo para a vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Ap 2, 8-11
«Conheço a tua tribulação e a tua pobreza»
Leitura do Apocalipse de São João
Ao Anjo da Igreja de Esmirna escreve: «Eis o que diz o Primeiro e o Último, Aquele que esteve morto e voltou à vida: ‘Conheço a tua tribulação e a tua pobreza – e no entanto és rico – e sei que és difamado pelos que se dizem judeus, mas não são mais que uma sinagoga de Satanás. Não temas os sofrimentos que te esperam. O diabo vai meter alguns de vós na prisão, para serdes postos à prova; e sereis atribulados durante dez dias. Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida’. Quem tem ouvidos ouça o que Espírito diz às Igrejas. O vencedor ficará ileso da segunda morte».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 3cd-4.6 e 8ab.16-17 (R. 6a)
Refrão: Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação.
Porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia,
porque conhecestes as angústias da minha alma.
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.
EVANGELHO Da féria (ou do Comum)
Liturgia das Horas
Segunda leitura
Da Carta da Igreja de Esmirna
sobre o martírio de São Policarpo
(Cap. 12, 2-15, 2: Funk 1, 297-299) (Sec. II)
Como um sacrifício abundante e agradável
Quando ficou pronta a fogueira, Policarpo desfez-se de todas as vestes, desapertou o cinto e quis-se descalçar sozinho: antes nunca o fazia, porque todos os fiéis se precipitavam a ajudá-lo, a ver qual o tocava primeiro; na verdade, mesmo antes do martírio, ele era tratado com grande respeito por causa da santidade da sua vida.
Logo o rodearam com todos os materiais preparados para a fogueira. Quando o quiseram pregar ao poste, ele disse: «Deixem-me assim; Aquele que me concedeu a graça de morrer no fogo, também me concederá que permaneça imóvel no meio dele, mesmo sem a caução dos vossos cravos». Então não o pregaram, mas limitaram-se a amarrá-lo.
Com as mãos atrás das costas e amarrado, era como um carneiro escolhido de entre um grande rebanho para o sacrifício, um holocausto agradável preparado para Deus. Levantou os olhos ao céu e disse:
«Senhor Deus omnipotente, Pai do vosso amado e bendito Filho Jesus Cristo, por meio do qual Vos conhecemos, Deus dos Anjos, das Potestades, de toda a criação e de todos os justos que vivem na vossa presença, eu Vos bendigo porque Vos dignastes, neste dia e nesta hora, incluir-me no número dos vossos mártires, fazer-me tomar parte no cálice do vosso Ungido e, pelo Espírito Santo, alcançar a ressurreição na vida eterna, na incorruptibilidade da alma e do corpo; no meio dos vossos mártires Vos peço que eu seja hoje recebido na vossa presença como sacrifício abundante e agradável, tal como Vós o tínheis preparado e mo destes a conhecer, e agora o realizais, ó Deus verdadeiro e sem falsidade.
Por todas as coisas Vos louvo, Vos bendigo, Vos glorifico por meio do eterno e celeste Pontífice, Jesus Cristo, vosso amado Filho. Por Ele seja dada toda a glória a Vós, em união com Ele e com o Espírito Santo, agora e nos séculos que hão-de vir. Amen».
Depois de ter dito «Amen» e terminado a prece, os verdugos acenderam o fogo.
Levantou-se uma grande labareda; e então nós vimos o milagre – aqueles a quem foi concedido contemplá-lo, porque fomos guardados para anunciar aos outros as coisas que aconteceram –:o fogo tomou a forma de uma abóbada, como a vela de um navio enfunada pelo vento, e rodeou o corpo do mártir; e este estava posto no meio, não como carne que é queimada, mas como um pão que coze, ou como ouro e prata incandescente na fornalha. E sentíamos um odor de tal suavidade que parecia que se estava queimando incenso ou outro perfume precioso.