Santos

São Leão Magno, papa e doutor da Igreja

 

Nota Histórica

Memória

Leão Magno nasceu na Etrúria, na atual Toscana, região da Itália. Foi diácono diligente da Urbe e, depois, elevado à cátedra de Pedro, no ano 440. Trabalhou intensamente pela integridade da fé, defendeu com ardor a unidade da Igreja, empenhou‑se por todos os meios possíveis em evitar as incursões dos bárbaros ou mitigar os seus efeitos. Por toda esta atividade extraordinária mereceu ser chamado «Magno». Morreu junto de são Pedro, onde neste dia foi sepultado, no ano 461.

 

Missa

Antífona de entrada Cf. Sir 45, 24
O Senhor firmou com ele uma aliança de paz,
fê-lo pastor do seu povo e escolheu-o para ser sacerdote eternamente.

Oração coleta
Senhor nosso Deus, que, ao fundar a vossa Igreja
sobre a firmeza da pedra apostólica,
prometestes que as forças do mal jamais prevaleceriam contra ela,
fazei que, por intercessão do papa são Leão Magno,
o povo cristão permaneça firme na vossa verdade
e goze sempre da verdadeira paz.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.



LEITURAS Da féria (ou do Comum)


Oração sobre as oblatas
Recebei, Senhor, as ofertas que Vos apresentamos
e iluminai a vossa Igreja,
para que o vosso rebanho cresça em toda a terra
e os seus pastores, por Vós conduzidos,
sejam agradáveis a vossos olhos.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Mt 16, 16.18
Disse Pedro a Jesus: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo.
Jesus respondeu: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.

Oração depois da comunhão
Guardai com bondade, Senhor, a vossa Igreja
que alimentastes nesta mesa santa,
para que, dirigida pela vossa mão poderosa,
cresça em perfeita liberdade
e permaneça firme na integridade da fé.
Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 4, 1-2; PL 54, 148-149) (Sec. V)

O serviço especial do nosso ministério

Toda a Igreja de Deus está organizada em diversas ordens, de modo que a integridade do corpo sagrado subsiste na diversidade dos seus membros. Apesar disso, como diz o Apóstolo, somos um só em Cristo Jesus. A diversidade de funções não é de modo algum causa de divisão entre os membros, já que todos, por mais humilde que seja a sua função, estão unidos à cabeça. Na unidade da fé e do Baptismo, formamos uma comunidade indissolúvel, na qual todos têm a mesma dignidade, segundo a palavra sagrada do apóstolo São Pedro: Também vós, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo; e ainda: Vós sois geração escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo resgatado.
Todos os que renasceram em Cristo obtiveram, pelo sinal da cruz, a dignidade real e, pela unção do Espírito Santo, receberam a consagração sacerdotal. Por isso, não obstante o serviço especial do nosso ministério, todos os cristãos foram revestidos de um carisma espiritual que os torna membros desta família de reis e deste povo de sacerdotes. Não será, na verdade, função régia o facto de uma alma, submetida a Deus, governar o seu corpo? E não será função sacerdotal consagrar ao Senhor uma consciência pura e oferecer no altar do coração a hóstia imaculada da nossa piedade? Pela graça de Deus, estas prerrogativas são comuns a todos. Mas é digno e justo que vos alegreis no dia da nossa eleição como se se tratasse de vossa própria honra, para que em todo o corpo da Igreja se celebre um único sacramento do sacerdócio. Ao derramar se o unguento da consagração, este sacramento derramou se certamente com mais abundância nos membros superiores, mas desceu também, e não escassamente, até aos inferiores.
Se a participação neste dom nos traz, com toda a razão, tão grande alegria, mais verdadeiro e excelente será o motivo do nosso júbilo, caríssimos irmãos, se não vos detiverdes a considerar a nossa humilde pessoa. Pelo contrário, será muito mais útil e digno dirigir a atenção do nosso espírito para a contemplação da glória do bem aventurado apóstolo Pedro e dedicar especialmente este dia à veneração daquele que foi inundado de bênçãos tão copiosamente pela própria fonte de todos os carismas, de tal modo que, tendo recebido muitas graças exclusivas à sua pessoa, nada se comunica aos sucessores sem a sua intervenção. O Verbo encarnado já habitava no meio de nós; Cristo já Se tinha entregado totalmente para a redenção do género humano.