Santos
Santa Hedviges, religiosa
Nota Histórica
Edviges nasceu na Baviera, na Alemanha, por volta do ano 1174. Foi dada por esposa ao príncipe da Silésia e teve sete filhos. Levou uma vida de fervorosa piedade e dedicou‑se generosamente à assistência aos pobres e doentes, para os quais fundou vários albergues. Quando morreu seu marido, o duque Henrique, entrou num mosteiro de monjas cistercienses, que ela própria tinha fundado e de que era abadessa sua filha Gertrudes, onde passou o resto dos seus dias. Morreu em Trebnitz, na Polónia, no dia 15 de outubro de 1243.
Missa
Comum das santas: para as religiosas;
ou Comum das santas: para as santas mulheres.
Oração coleta
Deus todo-poderoso,
que, na vida admirável de santa Hedviges,
dais a todos um exemplo de humildade,
concedei-nos, pela sua valiosa intercessão, o auxílio celeste.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Da Vida de Santa Hedviges, escrita por um contemporâneo
(Acta Sanctorum, 8 de Outubro [1853], 201-202) (Sec. XIII)
O seu espírito tendia sempre para Deus
Sabendo esta serva de Deus que as pedras vivas que se destinam à edificação da Jerusalém celeste devem ser polidas neste mundo pelo sofrimento e que é necessário que passem por muitas tribulações para alcançar a glória suprema e a pátria gloriosa, expôs se com total generosidade a muitos padecimentos e castigou o seu corpo continuamente e sem compaixão com numerosas mortificações. Submetia se todos os dias a grandes jejuns e abstinências, de tal modo que muitos se admiravam como aquela mulher tão frágil e delicada podia suportar semelhantes penitências.
Castigava se com assídua mortificação da carne, mas mantendo a devida discrição. E quanto mais atenta era a sua vigilância, maior vigor ganhava o seu espírito, progredindo na graça, e com mais abundância crescia nela o fogo do amor divino e da devoção. De facto, muitas vezes era elevada por um desejo tão ardente das coisas celestiais e de Deus, que ficava insensível e sem dar conta do que acontecia à volta dela.
Assim como tendia sempre para Deus pelo seu espírito de devoção, também se ocupava do próximo com beneficente misericórdia. Dava generosamente esmolas aos necessitados; distribuía auxílios e donativos a comunidades e pessoas religiosas, quer morassem dentro ou fora do mosteiro, aos órfãos e às viúvas, aos doentes e aos fracos, aos leprosos e aos encarcerados, aos peregrinos e às mães pobres com crianças pequenas; e, em geral, nunca deixava partir sem conforto quem a tivesse procurado para pedir auxílio.
E porque esta serva de Deus se propôs não perder qualquer ocasião de fazer boas obras, também Deus lhe concedeu uma graça particular: quando lhe faltou a força e a energia física para exercer a sua actividade, pela virtude divina da paixão de Cristo pôde satisfazer os desejos dos que se lhe dirigiam instantemente nas suas necessidades. E assim pôde socorrer, por beneplácito da vontade divina, os que a ela recorriam para serem livres de doenças do corpo ou da alma.