Santos
Santo Estêvão da Hungria
Nota Histórica
Estêvão nasceu na Panónia, atual Hungria, por volta do ano 969. Recebeu o Batismo e foi coroado rei da Hungria no ano 1000. Impulsionou a propagação da fé cristã entre os húngaros, organizou a Igreja no seu reino, dotou-a de bens e mosteiros e foi justo e pacífico no governo dos seus súbditos. Morreu em Alba Regia – hoje, Szekesfehérvar –, no dia da Assunção, no ano 1038.
Missa
Comum dos santos: para um santo.
Oração coleta
Deus todo-poderoso, concedei à vossa Igreja
que, assim como teve em santo Estêvão [da Hungria]
um generoso defensor, enquanto reinava na terra,
assim, encontre nele agora um eficaz protetor no céu.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Dos Conselhos de Santo Estêvão a seu filho
(Cap. 1, 2.10: PL 151, 1236-1237.1242-1244) (Sec. XI)
Escuta, meu filho, os ensinamentos de teu pai
Em primeiro lugar, eu te ordeno, aconselho e recomendo, filho caríssimo, que, se desejas honrar a coroa real, conserves a fé católica e apostólica com tal diligência e fidelidade que sirvas de exemplo a todos os súbditos que Deus te confiou, e todos os homens da Igreja te considerem, com razão, um verdadeiro homem de fé cristã, sem a qual, bem o sabes, não te podes chamar cristão ou filho da Igreja. No palácio real, a seguir à fé, a Igreja ocupa o segundo lugar, ela que foi fundada por Cristo, nossa Cabeça, e depois foi transplantada e firmemente edificada pelos seus membros, os Apóstolos e os Santos Padres, e difundida por todo o mundo. E embora ela continue sempre a formar novos filhos, em certos lugares já se considera antiga.
Na nossa monarquia, filho caríssimo, ela é ainda jovem e recente, e por isso necessita de maior vigilância e protecção, a fim de que este dom, que a divina clemência nos concedeu sem o merecermos, não seja destruído e aniquilado por teu desleixo, preguiça e negligência.
Querido filho, doçura do meu coração, esperança da minha futura descendência, eu te peço e mando que, por todos os meios e em todas as circunstâncias, sejas benevolente não só para com os familiares e parentes, os príncipes, os nobres e os ricos, os vizinhos e os habitantes do país, mas também para com os estrangeiros e todos quantos recorrem a ti. Porque o fruto da piedade será a tua suprema felicidade. Sê misericordioso para com todos os que sofrem violência, recordando sempre no íntimo do teu coração o exemplo do Senhor: Eu quero a misericórdia, mais que o sacrifício. Sê paciente para com todos os homens, não só os poderosos, mas também os que o não são.
Finalmente, sê forte, para que nem a prosperidade te ensoberbeça nem a adversidade te desanime. Sê também humilde, para que Deus te exalte, agora e no futuro. Sê moderado e não castigues nem condenes ninguém excessivamente. Sê manso e nunca te oponhas ao sentido da justiça. Sê honrado, para que ninguém venha a sofrer qualquer desonra por tua causa. Sê nobre de sentimentos, evitando como veneno mortal toda a pestilência da sensualidade.
Tudo isto é o ornamento da coroa real; sem isto ninguém pode reinar neste mundo nem alcançar o reino eterno.