Santos
São João Maria Vianney, presbítero
Nota Histórica
Memória
João Maria Vianney nasceu em Lyon, na França, no ano 1786. Depois de superar muitas dificuldades, pôde ser ordenado presbítero. Tendo-lhe sido confiada a paróquia de Ars, na diocese de Belley, promoveu nela, admiravelmente, a vida cristã, por meio da pregação assídua, a oração e o exemplo de penitência. Todos os dias explicava o catecismo aos mais pequenos e aos adultos, reconciliava os penitentes e com a sua ardente caridade – que hauria da sua fonte primordial, a Santíssima Eucaristia –, resplandeceu de tal modo que acorriam fiéis de todas as partes para escutar os seus santos conselhos. Morreu em 1859. É modelo e Patrono do clero paroquial.
Missa
Comum dos pastores da Igreja: para um pastor.
Antífona de entrada Cf. Sl 131, 9
Revistam-se de justiça os sacerdotes de Deus,
exultem de alegria os seus fiéis (T. P. Aleluia).
Oração coleta
Deus omnipotente e misericordioso,
que fizestes de são João Maria [Vianney]
um sacerdote admirável no zelo pastoral,
concedei-nos que, imitando o seu exemplo,
ganhemos para Vós, no amor de Cristo, os nossos irmãos
e, com eles, alcancemos a glória eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Oração sobre as oblatas
Olhai, Senhor, para os dons
que colocamos sobre o vosso altar,
na comemoração de são João Maria [Vianney],
e, por estes santos mistérios,
que lhe alcançaram a glória,
concedei-nos o perdão e a paz.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Cf. Mt 24, 46-47
Feliz o servo que estiver vigilante, quando vier o Senhor:
Ele o fará administrador de todos os seus bens.
Ou: Cf. Lc 12, 42
Este é o servo fiel e prudente,
que o Senhor pôs à frente da sua família
para dar a seu tempo a cada um a sua medida de trigo.
Oração depois da comunhão
Nós Vos pedimos, Deus todo-poderoso,
que a participação na mesa celeste,
ao celebrarmos a festividade de são João Maria [Vianney],
confirme e aumente em nós o poder da vossa graça,
para que, observando os vossos mandamentos,
conservemos intacto o dom da fé
e sigamos fielmente o caminho da salvação.
Por Cristo nosso Senhor.
Liturgia das Horas
Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero
(Catéchisme sur la prière: A. Monnin,
Esprit du Curé d’Ars, Paris 1899, pp. 87-89) (Sec. XIX)
Belo dever do homem: Orar e amar
Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.
A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.
Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.
Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.
Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir! No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: «Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado...». Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.