Dicionário elementar de liturgia
José Aldazábal
Prefácio
Em boa hora aparece, editado em língua portuguesa, o Dicionário Elementar de Liturgia, da autoria de José Aldazábal. Congratulamo--nos. E damos graças a Deus.
Efectivamente, tudo o que se possa fazer em prol de uma Liturgia
cada vez mais viva e participada é sempre bem-vindo. Estamos no âmago da vida da Igreja, do seu envolvimento no Mistério da Acção
de Deus.
A Liturgia é, de facto, a resposta da Igreja ao seu Deus. A Deus criador e salvador, a Igreja responde orando.
Ao Deus que criou e governa o mundo com a sua providência; ao
Deus que salvou no dom de si mesmo, em Jesus Cristo, seu Filho feito
Homem; ao Deus misericordioso; ao Deus que ama apaixonadamente
os homens que criou para si; a Igreja responde rezando – dando graças,
louvando e cantando, suplicando, confessando o seu pecado, significando
a sua confiança e esperança, a sua fé, o seu amor.
É na celebração litúrgica – de modo especial na Eucaristia, que, subindo
da Terra ao Céu, a Igreja torna sacramentalmente presente o seu
Senhor, no seu Mistério Pascal, na redenção do Universo –, que a
Igreja se abre à sua força santificadora, que vive, por acção do Espírito
Santo, a comunhão universal com os homens por quem Jesus se
dá, que se entrega ao Pai em comunhão com Jesus, e participa no seu
sacrifício.
A Liturgia é, de facto, a meta, o ponto de convergência de toda a
vida da Igreja. É para ela que vive, mas é também a fonte da sua vida.
É dela que o crente aufere o sentido último da sua existência, a dimensão
sobrenatural da sua vida, a dimensão sacerdotal do seu dia-a-dia,
das suas lutas e trabalhos, das suas alegrias e tristezas, projectos e realizações.
É um diálogo vivo que se faz vida, diálogo que precisará sempre
de ser mais personalizado, mais autêntico, que nos eleve e nos abra
de maneira cada vez mais intensa ao Mistério de Deus.
Por isso a urgência, de que nos fala o Vaticano II, duma educação
litúrgica permanente, que possibilite o gosto pela celebração, pela oração
litúrgica.
Conhecer os “actores”; as pessoas e as coisas; os gestos e os símbolos;
os lugares e os tempos litúrgicos. Entender, abrir-se à “linguagem”
de todos estes elementos, de todas estas realidades, é, por isso,
fundamental.
É neste âmbito que saudamos o aparecimento deste Dicionário
Elementar de Liturgia. Perfeitamente acessível. Simples. Fácil de
consultar. Muito enriquecedor.
Como seria bom que se espalhasse pelas nossas comunidades!
Reconhecemos o esforço do editor, no sentido de o adaptar à “tradição
vocabular litúrgica portuguesa”, e de corrigir a numeração dos
documentos litúrgicos, da numeração espanhola para a portuguesa.
Depois, e finalmente, temos por detrás de tudo isto a reconhecida
autoridade do Professor P. José Aldazábal. Perfeitamente conhecido
do público português, uma autoridade e uma referência obrigatória
também nesta matéria. Em matéria de Liturgia.
A terminar, não podemos deixar de felicitar a Paulinas Editora
por esta notável iniciativa, e esperamos que o público de língua
portuguesa lhe dê por bem empregado todo o trabalho e esforço
despendidos.
Ao serviço de uma Liturgia mais viva e participada, seja tudo para
maior glória de Deus.
† ANTÓNIO MARIA BESSA TAIPA
Bispo Auxiliar do Porto