Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

baptistério

 

Chamava-se baptistério (do grego, baptisterion, do latim, baptisterium), originalmente, a uma *piscina para o banho. Na arquitectura cristã chama-se assim ao espaço onde está situada a fonte ou a pia baptismal, uma das partes mais significativas da igreja.
Nos primeiros séculos, nas casas particulares, onde se reunia a comunidade cristã – como em Doura Europos (Mesopotâmia) – configurava-se um espaço com símbolos baptismais. Mas, sobretudo quando, a partir do século IV, se construíram igrejas cristãs, logo apareceu o baptistério, dentro da igreja ou próximo dela, às vezes, em forma redonda, outras hexagonal ou octogonal, com diversos simbolismos e adornos alusivos ao sacramento do Baptis¬mo, e, frequentemente, dedicado a S. João Baptista. Alguns destes baptistérios, pensados para que neles fosse possível a imersão, são autênticas obras de arte, conjuntos simbólicos para celebrar e, ao mesmo tempo, educar no sentido do sacramento. São famosos os de Ravena, Pisa ou S. João de Latrão (Itália).
Mais tarde, simplificou-se o espaço, até adquirir a actual forma de uma pia grande de água. Nas catedrais e pa¬róquias tem particular sentido este espaço baptismal, que se situa normalmente à entrada do edifício, para simbolizar também o carácter de iniciação cristã e de entrada na comunidade.
O Ritual do Baptismo das Crianças descreve-o assim: «O baptistério, ou lugar onde está a fonte baptismal com água corrente ou não, é reservado ao sacramento do Baptismo e deve ser verdadeiramente digno, pois ali renascem os cristãos, pela água e pelo Espírito Santo» (Preliminares, n. 25). Há ritos que se fazem fora do baptistério (leituras, por exemplo), e outros, nele: o rito da imersão na água. Estes últimos ritos «podem fazer-se noutros lugares mais aptos na igreja, se a capela do baptistério for demasiado pequena para conter todos os catecúmenos ou todas as pessoas presentes» (Preliminares, n. 26).

--> Baptismo. Fonte baptismal.