Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

báculo

 

Báculo, do latim, baculum, baculus, significa bastão, bordão, cajado.
Em sentido figurado e simbólico passou a indicar «apoio», pela sua função de ajuda no caminhar e, sobretudo, «autoridade», por analogia com a vara ou bastão que o pastor usa para conduzir e dirigir o seu rebanho. No Salmo 22 [23]2-4 alude-se a esta ajuda de Deus: «o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.» Em Gn 49,10, anuncia-se que «Não se afastará o ceptro de Judá, nem o bastão de comando» (cf. também Jr 48,17).
Em muitas culturas, desde a Antiguidade, o báculo significa a autoridade do governante, nas suas diversas modalidades: desde o ceptro do rei até à vara de marechal ou ao bastão do alcaide. No âmbito eclesiástico – na liturgia his¬pânica, desde o século VII, e em Roma, talvez no século IX –, o báculo passou a ser a insígnia simbólica do Bispo, como pastor da comunidade cristã.
O Bispo recebe o báculo no dia da sua ordenação, como um dos sinais visíveis do seu ministério: «pela entrega do báculo pastoral indica-se o múnus de governar a Igreja que lhe é confiada» (OBPD 26). Quando o recebe escuta estas palavras: «Recebe o báculo, símbolo do múnus de pastor, e cuida de todo o rebanho no qual o Espírito Santo te constituiu como Bispo, para regeres a Igreja de Deus» (OBPD 54). O Bispo leva o báculo na mão, quando preside a uma celebração solene da sua comunidade, na procissão de entrada, durante a proclamação do Evangelho e para a bênção final.
Também o abade recebe e utiliza este mesmo sinal como símbolo da sua função pastoral.

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