Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

Responsório

 

«Responsório» vem do latino responsum (resposta). Dá-se este nome àqueles cânticos que incluem a intervenção de um solista ou coro e a resposta da comunidade, repetida entre os versículos ou estrofes do solista. É uma das formas mais antigas e populares de canto, e tem várias modalidades na Liturgia actual.
Antes de mais, o Salmo Responsorial da Missa, em que o salmista vai recitando ou entoando estrofes de um salmo, e a comunidade lhe responde com um estribilho cantado. Antes da actual reforma, cantava-se, aqui, o Gradual, que tinha pouca forma responsorial e, além disso, uma música mais própria de especialistas ou de um coro preparado.
Também o Salmo Invitatório participa deste carácter, assim como os «tropários» da liturgia bizantina.
«A leitura bíblica, no ofício de Leitura, é seguida do respectivo responsório. O texto deste ou é tirado do tesouro da tradição ou é uma composição original. A finalidade do responsório é projectar sobre a leitura precedente nova luz que ajude a compreendê-la melhor, enquadrar esta leitura na história da salvação, estabelecer a transição do Antigo para o Novo Testamento, fazer que a leitura se transforme em oração e contemplação, finalmente imprimir, com sua beleza poética, uma nota de agradável variedade. A segunda leitura [hagiográfica ou patrística] é, tal como a primeira, seguida também dum responsório apropriado. Mas este já não tem uma ligação tão estreita com o texto da leitura, e por isso favorece mais a ¬liberdade da meditação» (IGLH 169-
-170). Estes responsórios, pela sua função meditativa, estão pensados também para a oração individual.
Mais simples é o Responsório breve de Laudes, Vésperas e Completas. Consta de um versículo (tipograficamente, V/) que o solista canta, e a comunidade responde (R/), primeiro, com o mesmo versículo inteiro, e, na segunda intervenção, com a metade, e, depois do Glória, com o versículo inteiro de no¬vo. Em Completas é sempre o mesmo: «in manus tuas, Domine…» («nas vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito»). O responsório breve destas horas, se se entender oportuno, pode omitir-se e, em seu lugar, ter um breve canto do mesmo género, que responda ao tema da leitura (cf. IGLH 49).
Nas Horas Intermédias, o responsório reduziu-se à sua mínima expressão, com um único versículo e sua resposta, a modos de aclamação.
Na celebração das exéquias, alguns cânticos em forma de responsório, como o Libera me, Domine, foram substituídos por outros de tom mais pascal. No acto de despedida do defunto – quer na igreja, quer no cemitério – canta-se o responsório Subvenite, ou outro cântico de despedida, que o Ritual oportunamente oferece.
A finalidade dos responsórios é ajudar à meditação, para que a leitura escutada vá calando mais profundamente no espírito.

--> Gradual. Salmo responsorial.