Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

árvore de Natal

 

Como adorno de Natal, além do presépio, usa-se também, em muitos lugares, uma árvore. A sua origem parece ter sido a Alemanha, cerca do século XVI, e, desde o princípio, teve sempre uma intenção claramente cristã.
Dos vários sentidos simbólicos da árvore – vida, fertilidade da terra, genealogia, frutos –, o natalício apresenta--se revestido de dupla simbologia: a de «árvore do Paraíso» e a de «luz» que alude ao nascimento do Messias.
A «árvore do Paraíso» (cf. Gn 2,9 e 3,22) recorda-nos o início: Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher, que, provavelmente, ficaram ligados à festa de Natal, porque popularmente, considerados Santos, eram celebrados em 24 de Dezembro. Por analogia, o nascimento do segundo Adão, Cristo, como um novo início, corporiza o símbolo da árvore da autêntica Vida.
A essa árvore, desde o princípio, com velas acesas e a estrela de Belém no seu cume (além dos presentes que se lhe vão juntando), associa-se o simbolismo da luz, que é Cristo.
Ao longo dos tempos, viram-se também, na árvore de Natal, outras simbologias: a árvore da vida eterna do Apocalipse, plantada no céu (cf. Ap 22,2.14), e, a meio, entre a árvore do Génesis e a do Apocalipse, a árvore da Cruz salvadora de Cristo: «Vede a árvore da Cruz… ó Cruz fiel, árvore única em nobreza» (cf. liturgia de Sexta-Feira Santa).
Tudo isso pode muito facilmente relacionar-se com o acontecimento do Natal, e, desta forma, a árvore não aparece como oposta ao presépio, mas como complemento simbólico e pedagógico da teologia do Natal.