Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

olhar

 

Os olhos são um meio importantíssimo para a nossa comunicação com o mundo exterior, com as pessoas e com as coisas. São como janelas do nosso interior: com eles nos apropriamos do que nos rodeia e exteriorizamos os nossos sentimentos.
O olhar de Jesus produzia uma ¬impressão profunda nos seus discípulos: o olhar afectuoso dirigido ao jovem que o interrogava, o olhar irado dirigido aos fariseus, que não eram capazes de socorrer um doente. O seu olhar dirigido ao Céu é recordado pelos Evangelhos, em momentos como a multiplicação dos pães, a ressurreição de Lázaro ou a ¬ora¬ção sacerdotal na Última Ceia.
Na liturgia, pedimos para os defuntos: «admiti-os na luz da vossa presença» (Oração Eucarística II).
Na celebração litúrgica, é importante o «saber olhar» do presidente e dos outros ministros, quando saúdam e quando fazem uma monição ou uma homilia, dirigindo-se à comunidade. A primeira comunicação, antes do gesto ou da palavra, é o olhar.
Quando, na Oração Eucarística I – o cânone romano – se recorda que Jesus tomou o pão e elevou os olhos ao céu, o Missal diz ao sacerdote que também ele eleve os seus olhos.
Também os fiéis olham com os seus olhos as imagens sagradas ou o espaço onde acontece a acção sagrada, olham o presidente que lhes fala ou que em seu nome dirige a oração a Deus, olham para o leitor que lhes proclama a Palavra, olham para o Pão e para o Vinho que são elevados depois da sua consagração ou que recebem na Comunhão. É um olhar de atenção e de fé.