Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

Ámen

 

A palavra ámen herdámo-
-la, sem a traduzir, do hebraico, e significa fiel, firme, seguro, estável, válido. Por isso, converteu-se já no AT na ¬aclamação com que alguém, sobretudo a comunidade, manifesta o seu assentimento e aceitação do que se disse ou propôs. Os cinco livros em que se considera dividido o Saltério terminam precisamente com o ámen, e além disso, repetido (assim os salmos 41 [40], 72[71], 89[88] e 106[105]).
Com esta palavra se concluem as orações, bênçãos, promessas e alianças. Simbolicamente, chama-se ao próprio Deus «Deus do Ámen [fiel]» (Is 65,16), e, no NT, afirma-se de Jesus Cristo que é, ao mesmo tempo, o Ámen de Deus à humanidade e o da humanidade a Deus: «Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo […] não foi sim e não, mas foi sempre um sim. Todas as promessas de Deus são um sim em seu Filho. É por Ele que nós dizemos Ámen a Deus para sua glória» (2Cor 1,19-20). O próprio Cristo é definido como «o Ámen»: «Isto diz o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira» (Ap 3,14).
Desde sempre se pronunciou o Ámen na liturgia cristã, por exemplo, depois das orações. Como dizia Santo Agostinho, «o vosso Ámen é a vossa assinatura (suscriptio), o vosso assentimento (consensio) e o vosso compromisso (adstipulatio)» (Sermão contra os pelagianos, 3).
Há dois momentos em que o Ámen tem particular sentido:
• antes de mais, como conclusão da Oração Eucarística: a comunidade, dizendo, ou melhor, cantando o Ámen, sublinha o que o presidente proclamou em seu nome;
• e na comunhão, quando o ministro diz «O Corpo de Cristo» ou «O Sangue de Cristo», e o fiel responde «Ámen», reafirmando assim a sua Profissão de Fé no sentido deste momento privilegiado.