Dicionário elementar de liturgia
José Aldazábal
Aleluia
Do hebraico «hallelu-Yah» («louvai Ja(vé)», «louvai a Deus»). É uma aclamação litúrgica que nos une aos judeus, à geração de Jesus e aos séculos e séculos de fé cristã do Oriente e do Ocidente.
Esta breve palavra é como o resumo de toda a oração de louvor que elevavam a Deus tanto os crentes do AT como os do NT. Encontra-se nos salmos e noutros livros do AT, e no NT, sobretudo, no livro do Apocalipse (cf. capítulo 19).
Embora a origem aponte para o louvor a Deus, a palavra chegou a identificar-se com alegria. Dizer «aleluia» é dizer «alegria». Musicalmente, a última sílaba adornava-se, frequentemente, com um prolongamento chamado «jubilus».
Na liturgia, tem uma posição privilegiada como aclamação, antes do Evangelho: com o aleluia, «a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar» (OLM 23). Também na Liturgia das Horas, tem um momento muito expressivo: no cântico das segundas Vésperas de domingo, em que a comunidade canta o hino das núpcias do Cordeiro (cf. Ap 19), salpicado de gozosos aleluias.
Mas, sobretudo, tem uma ressonância especial na Vigília Pascal. Nas Igrejas do Ocidente foi costume secular não cantar o Aleluia na Quaresma. São quarenta dias de «jejum» desta aclamação, que, na noite de Páscoa, se volta a cantar solenemente, no momento em que se vai proclamar o Evangelho mais importante do ano: o da ressurreição de Cristo.