Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

despedida

 

Nas celebrações litúrgicas, como nas sociais mais solenes, há umas palavras e uns ritos que dão a entender que «se encerra a sessão».
Na Eucaristia, o rito de conclusão consiste numa saudação, uma bênção e umas palavras de despedida: «Ide em paz». Antes da actual reforma, o rito era bastante mais complexo: depois da bênção e do «Ite Missa est», ain¬da se rezava o último Evangelho (o Prólogo de S. João), três Ave-Marias, duas orações e as invocações ao Coração de Jesus. Nas missas de defuntos dizia-se «requiescant in pace».
Agora, «o rito de conclusão consta de: a) saudação e bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma “Oração sobre o Po¬vo” ou com outra fórmula mais solene de bênção; b) despedida da assembleia, «para que cada qual possa regressar às suas ocupações, louvando e bendizendo o Senhor» (IGMR 90). É o diácono – se existir – quem faz a despedida «Ide em paz». «Se a Missa é seguida de outra acção litúrgica, omitem--se os ritos de conclusão, quer dizer, a saudação, a bênção e a despedida» (IGMR 170). Em nenhuma das famílias litúrgicas houve alguma vez um cântico de saída.
Na Liturgia das Horas também tem lugar esta despedida, se presidir um sacerdote ou um diácono: saudação, bênção e «Ide em paz». Se quem preside não é ministro ordenado, e na recitação individual, conclui-se: «O Senhor nos abençoe…» (IGLH 54).
Um caso clássico é o da despedida dos catecúmenos: pelo menos desde o século IV diz-se que, depois das leituras e homilia, antes da «oração dos fiéis», se fazia a «missa catecumenorum», a despedida dos catecúmenos. Também agora, no rito de entrada, no catecumenado, se, depois, se segue a Eucaristia, antes do ofertório, despede-se os catecúmenos (cf. RICA 72).
No sacramento da Penitência, diz o Ritual que, depois de dar graças a Deus, o sacerdote despede o penitente na paz do Senhor (cf. CP 20), quer na celebração individual quer na comuni¬tária.
E, finalmente, uma celebração onde tem particular relevo a despedida é a das Exéquias cristãs. «Depois da mis¬sa exequial realiza-se o rito da última Encomendação e Despedida. […] O rito é introduzido pelo sacerdote, que explica o seu significado; seguem-se, depois de alguns momentos de silêncio, a aspersão, a incensação e o cântico de despedida […] de modo que todos o sintam como um momento culminante do rito» (Ritual, Preliminares gerais 10; in EDREL 1614).

--> Ite, missa est. Missa