Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

festa

 

As palavras latinas festum, festa, festivitas somam-se a outras, como celebratio e sollemnitas, para indicar os dias em que rompemos a monotonia do ordinário e celebramos algum acontecimento, com alegria, descanso e distensão.
Todos os povos têm, no seu calendário, dias de festa, com carácter não só social mas também cúltico. Umas festas são cósmicas, segundo as estações do ano; outras referem-se à história, recordando e, de certo modo, actualizando acontecimentos significativos para a comunidade. Isto sucede, por exemplo, com os Judeus, com as suas diversas festas de Páscoa, Pentecostes ou Tabernáculos, que são uma mescla herdada de festas estacionais e de recordações histórico-salvíficas.
Os cristãos celebram fundamentalmente Jesus Cristo. O mistério salvador da sua Páscoa é o que vão celebrando, no decorrer do ano: o domingo semanal, a Páscoa anual, o Natal, a Epifania, o Pentecostes, a recordação da Virgem Maria e dos San¬tos.
A festa é feita de celebração, reunião comunitária, recordação, presença gozosa, antecipação, espaços lúdicos e humanos, gratuidade, alegria, oração, canto, ritos simbólicos e repetição periódica, ao longo dos anos. Para os cristãos, a festa primordial é o domingo, dia do Senhor Ressuscitado, que uma vez por ano se converte na festa por excelência da Páscoa, preparada por quarenta dias da Quaresma e prolongada durante a Cinquentena Pascal, até ao Pentecostes.
As celebrações do ano cristão distinguem-se, segundo a sua importância, em solenidades, festas e memórias. Há Festas do Senhor (Baptismo, Apre¬sentação, Transfiguração), Festas da Virgem e dos Santos. As Festas não têm primeiras Vésperas, como as Solenidades (a não ser que sejam Festas do Senhor, que coincidam com um domingo) e, portanto, celebram-se dentro do dia natural. Mas têm tudo próprio, tanto nas leituras e orações da Missa como da Liturgia das Horas.