Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

dípticos

 

Esta palavra é de origem grega, vem de dis (duplo), e ptyssein (do¬brar, fechar), e referia-se a uma tá¬bua ou tabuinha de duas folhas ou asas, articuladas com uma espécie de dobradiça.
Na celebração litúrgica, utilizava--se para ter à mão as listas que se tinham de proclamar: por exemplo, pelos que tinham oferecido algo para a Mis¬sa (os «oferentes»), ou dos defuntos que se tinha de recordar, ou dos santos ou bispos que se havia de nomear.
A proclamação destas listas e intercessões, em algumas liturgias, fazia-se no ofer¬tório, como na hispânica, e, noutras, dentro da Oração Eucarística, como na romana (memento dos vivos e defuntos).
Conhece-se a existência dessas tabuinhas ou dípticos desde muito cedo: São Cipriano, no século III, já comentava o seu uso: a frase «ler os dípticos» converteu-se em sinónimo de «ler as listas».