Santos
Santo António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja
Nota Histórica
Padroeiro de Portugal
[Festa em Portugal]
António nasceu em Lisboa (Portugal), por volta do ano 1195. Foi recebido entre os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e, pouco depois da sua ordenação sacerdotal, ingressou na Ordem dos Frades Menores, com a intenção de se dedicar à propagação da fé entre os povos da África. Mas foi na França e na Itália que ele exerceu com grande fruto o ministério da pregação. Escreveu vários sermões, cheios de doutrina e de unção espiritual. Por ordem de são Francisco, ensinou Teologia aos seus irmãos. Morreu em Pádua, no ano 1231. É universalmente venerado pelo povo cristão.
Missa
Antífona de entrada Cf. Sir 15, 5
O Senhor deu-lhe a palavra no meio da assembleia,
encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência
e revestiu-o com um manto de glória.
Em Portugal diz-se o Glória.
Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, em santo António [de Lisboa], destes ao vosso povo
um pregador insigne do Evangelho
e um poderoso intercessor junto de Vós,
concedei que, pelo seu auxílio,
sigamos fielmente os ensinamentos da vida cristã
e mereçamos a vossa proteção em todas as adversidades.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Sir 39, 8-14 (gr. 6-11)
«Derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria»
Leitura do Livro de Ben-Sirá
Aquele que medita na lei do Altíssimo,
se for do agrado do Senhor omnipotente,
será cheio do espírito de inteligência.
Então ele derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria
e na sua oração louvará o Senhor.
Adquirirá a rectidão do julgamento e da ciência
e reflectirá nos mistérios de Deus.
Fará brilhar a instrução que recebeu
e a sua glória estará na lei da aliança do Senhor.
Muitos louvarão a sua inteligência,
que jamais será esquecida.
Não desaparecerá a sua memória
e o seu nome viverá de geração em geração.
As nações proclamarão a sua sabedoria
e a assembleia celebrará os seus louvores.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19 B), 8.9.10.11 (R. 10b)
Refrão: Os juízos do Senhor são verdadeiros e rectos.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.
São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.
ALELUIA Mt 5, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. Refrão
EVANGELHO Mt 5, 13-19
«Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Vós sois o sal da terra.
Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se?
Não serve para nada,
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada
para a colocar debaixo do alqueire,
mas sobre o candelabro,
onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo:
Antes que passem o céu e a terra,
não passará da Lei a mais pequena letra
ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar assim aos homens,
será o menor no reino dos Céus.
Mas aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus».
Palavra da salvação.
Oração sobre as oblatas
Ao celebrarmos, Senhor, estes divinos mistérios,
o Espírito Santo derrame em nós a luz da fé,
que iluminou sempre a vida de santo António [de Lisboa],
para anunciar ao mundo a vossa glória.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio dos santos pastores da Igreja, p. 606.
Antífona da comunhão Mt 5, 16
Brilhe a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o Pai que está no céu.
Oração depois da comunhão
Senhor,
que nos alimentais com o Corpo de Cristo, pão da vida,
e nos ensinais com a sua doutrina,
fazei que, na festividade de santo António [de Lisboa],
conheçamos melhor a vossa verdade
e a pratiquemos na caridade.
Por Cristo nosso Senhor.
Pode utilizar-se a fórmula de bênção solene.
Liturgia das Horas
Dos Sermões de Santo António de Lisboa, presbítero
(I, 226) (Sec. XIII)
A linguagem é viva, quando falam as obras
Quem está cheio do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, como a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamo-las, quando mostramos aos outros estas virtudes na nossa vida. A linguagem é viva, quando falam as obras. Cessem, portanto, as palavras e falem as obras. De palavras estamos cheios, mas de obras vazios; por este motivo nos amaldiçoa o Senhor, como amaldiçoou a figueira em que não encontrou fruto, mas somente folhas. Diz São Gregório: «Há uma norma para o pregador: que faça aquilo que prega». Em vão pregará os ensinamentos da lei, se destrói a doutrina com as obras.
Mas os Apóstolos falavam conforme a linguagem que o Espírito Santo lhes concedia. Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme o que lhe parece!
Há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usando as palavras dos outros, apresentam-nas como próprias, atribuindo-as a si mesmos. Desses e de outros como eles, fala o Senhor pelo profeta Jeremias: Eis-Me contra os profetas que roubam uns aos outros as minhas palavras. Eis-Me contra os profetas, oráculo do Senhor, que forjam a sua linguagem para proferir oráculos. Eis-Me contra os profetas que profetizam sonhos mentirosos – oráculo do Senhor – e, contando-os, seduzem o povo com mentiras e jactância, não os tendo Eu enviado nem dado ordem alguma a esses que não são de nenhuma utilidade para este povo – oráculo do Senhor.
Falemos, por conseguinte, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe, humilde e devotamente, que derrame sobre nós a sua graça, para que possamos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e a observância do decálogo, nos reanimemos com o forte vento da contrição e nos inflamemos com essas línguas de fogo que são os louvores de Deus, a fim de que, inflamados e iluminados nos esplendores da santidade, mereçamos ver a Deus trino e uno.