Santos

Santos Cornélio, papa, e Cipriano, bispo, mártires

 

Nota Histórica

Memória

Cornélio foi ordenado bispo da Igreja de Roma no ano 251. Teve de combater o cisma dos novacianos e, com a ajuda de são Cipriano, conseguiu consolidar a sua autoridade. Foi desterrado pelo imperador Gallo e morreu no exílio, perto de Civitavecchia. O seu corpo foi trasladado para Roma e sepultado no cemitério de Calisto, no dia 14 de setembro de 252.
Cipriano nasceu em Cartago, por volta do ano 210, de uma família pagã. Tendo‑se convertido à fé e ordenado presbítero, foi eleito bispo daquela cidade no ano 249. Em tempos muito difíceis, governou sabiamente, com suas obras e escritos, a Igreja que lhe foi confiada. No seu magistério deu um notável contributo à doutrina sobre a unidade da Igreja, reunida em redor da Eucaristia presidida pelo bispo. Na perseguição de Valeriano sofreu, primeiramente, o exílio e, depois, o martírio no dia 14 de setembro do ano 258.

 

Missa

Antífona de entrada Sl 36, 39
A salvação do justo vem do Senhor;
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.

Oração coleta
Senhor nosso Deus, que destes ao vosso povo,
nos santos Cornélio e Cipriano,
pastores dedicados e mártires invencíveis,
concedei-nos, por sua intercessão,
que, fortalecidos pela fé,
trabalhemos incansavelmente pela unidade da Igreja.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURAS Da féria (ou do Comum)


Oração sobre as oblatas
Aceitai, Senhor, a oblação do vosso povo,
ao celebrarmos a paixão dos santos mártires,
e fazei que este divino sacramento,
que aos santos Cornélio e Cipriano
deu tão admirável fortaleza na perseguição,
nos dê também a nós invencível firmeza na adversidade.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Cf. Lc 22, 28-30
Vós que permanecestes a meu lado nas minhas tribulações,
comereis e bebereis à minha mesa no meu reino.

Oração depois da comunhão
Pela participação nestes mistérios,
aumentai em nós, Senhor, o vosso espírito de fortaleza,
para que, a exemplo dos santos mártires Cornélio e Cipriano,
dêmos testemunho da verdade do Evangelho.
Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

Das Cartas de São Cipriano, bispo e mártir

(Ep. 60, 1-2.5: CSEL 3, 691-692.694-695) (Sec. III)

Fé generosa e firme

Cipriano a Cornélio, irmão no episcopado.
Tivemos conhecimento, irmão caríssimo, do glorioso testemunho da vossa fé e fortaleza, e a glória da vossa pública confissão de fé deu nos tanta alegria que nos consideramos participantes e companheiros dos vossos méritos e louvores. De facto, se formamos todos uma só Igreja, se temos um só coração e uma só alma, qual é o sacerdote que não se congratula com a glória de outro sacerdote, como se fosse própria, e qual é o irmão que não se alegra com a felicidade dos seus irmãos?
Não se pode exprimir suficientemente a alegria e o contentamento que aqui se manifestaram, quando fomos informados da vossa vitória e fortaleza, quando soubemos que vós fostes um verdadeiro chefe dos irmãos na confissão da fé e que a mesma confissão de fé do chefe foi confirmada pela confissão dos irmãos. Deste modo, sendo o primeiro a caminhar para a glória, levastes muitos companheiros a participar da mesma glória; e sendo o primeiro a confessar a fé em nome de todos, persuadistes o povo à confissão da mesma fé. Não sabemos o que mais havemos de louvar em vós, se a vossa fé generosa e inquebrantável, se a inseparável caridade dos irmãos. Assim se manifestou publicamente a coragem do bispo à frente do seu povo e se afirmou claramente a fidelidade do povo em plena solidariedade com o seu bispo. Em vós toda a Igreja de Roma deu um magnífico testemunho, unida num só coração e numa só voz.
Brilhou em todo o seu esplendor, irmão caríssimo, a fé que o Apóstolo elogiava na vossa comunidade. Já então ele previa em espírito esta gloriosa coragem e fortaleza. Já então, anunciando o futuro, celebrava a glória dos vossos méritos e, exaltando os louvores dos pais, estimulava a coragem dos filhos. Com a vossa perfeita concórdia e com a vossa fortaleza, destes a todos os cristãos um magnífico exemplo de união e constância.
Irmão caríssimo, a providência do Senhor nos adverte que está iminente a hora do nosso combate. A bondade divina nos vai prevenindo, com salutares inspirações, de que se aproxima o dia da nossa prova. Por isso, em nome da caridade que nos une, ajudemo nos uns aos outros, perseverando assiduamente com todo o povo nos jejuns, vigílias e orações. Estas são as nossas armas celestes que nos conservam firmes, fortes e perseverantes. Estes são os dardos espirituais e os baluartes divinos que nos protegem.
Lembremo nos uns dos outros, em perfeita concórdia e unidade de espírito; oremos sempre e em toda a parte uns pelos outros; e procuremos aliviar esta hora de tribulação e angústia com a nossa mútua caridade.