Santos
São Pedro Julião Eymard, presbítero
Nota Histórica
Pedro Julião Eymard nasceu na localidade de La Mure, perto de Grenoble, na França, no ano de 1811. Depois de ter sido ordenado presbítero e de se ter dedicado, durante alguns anos à atividade apostólica, entrou na Sociedade de Maria. Exímio apóstolo do mistério eucarístico, fundou novas congregações, uma de clérigos e outra de religiosas, para venerarem e difundirem o culto do Santíssimo Sacramento. Ao seu impulso se deve a iniciativa dos Congressos Eucarísticos Internacionais. Morreu na sua terra natal, no dia 1 de agosto de 1868.
Missa
Comum dos santos: para os religiosos;
ou Comum dos pastores da Igreja: para um pastor.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que inspirastes a são Pedro Julião um amor admirável
aos santos mistérios do Corpo e Sangue do vosso Filho,
concedei-nos que, seguindo o seu exemplo,
possamos saborear dignamente a suavidade deste banquete sagrado.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Dos escritos de São Pedro Julião, presbítero
(La présence réelle, vol. I, Paris 1950, pp. 270-271 e 307-308)
A Eucaristia, sacramento da vida
A Eucaristia é a vida de todos os povos. A Eucaristia é para todos a fonte da vida. Todos se podem reunir na Igreja, sem impedimento algum, quer de raça quer de língua, para celebrar a festa sacrossanta. A Eucaristia dá-lhes a lei da vida, ou melhor, da caridade, de que este sacramento é a fonte. Deste modo ela estabelece entre eles um vínculo comum, uma certa familiaridade cristã. Todos comem o mesmo pão, todos são comensais de Jesus Cristo, que estabelece sobrenaturalmente entre eles uma certa concórdia de hábitos fraternos. Lede os Actos dos Apóstolos. Eles afirmam que a multidão dos cristãos, quer dos judeus convertidos quer dos pagãos baptizados, provenientes de diversas regiões, tinham um só coração e uma só alma. Porquê? Porque eram assíduos a escutar a doutrina dos Apóstolos e perseveravam na fracção do pão.
A Eucaristia é também a vida da alma e da sociedade humana, como o sol é a vida dos corpos e da face da terra. Sem o sol, a terra é estéril; ele alegra-a, adorna-a e enriquece-a; ele dá aos corpos a eficácia, a força e a beleza. Perante estes factos admiráveis, não nos admiremos de que os pagãos o tenham venerado como o deus do mundo. Ele obedece ao Astro do dia e segue o supremo Sol, o Verbo divino, Jesus Cristo, que ilumina todos os homens que vêm a este mundo, e que, pela Eucaristia, como sacramento da vida, actua no íntimo das almas, de tal modo que transforma as famílias e as nações. Ditosa a alma fiel que encontra este tesouro escondido, que assiduamente mata a sua sede nesta fonte da vida, que come incessantemente este Pão da vida!
A comunidade dos cristãos é realmente uma família e o vínculo entre os seus membros é Jesus na Eucaristia. Ele é o pai que prepara a mesa da família. A fraternidade cristã foi promulgada na Ceia simultaneamente com a paternidade de Jesus Cristo; Ele chama aos seus Apóstolos filioli, isto é, meus filhos, e manda-lhes que se amem mutuamente como Ele os amou.
Na santa mesa todos são filhos que recebem o mesmo alimento; e por isso São Paulo conclui que eles constituem uma família e formam o mesmo corpo, porque participam do mesmo pão, que é Jesus Cristo.
Finalmente, a Eucaristia proporciona à comunidade cristã a capacidade de observar a lei do respeito e da caridade para com o próximo. Jesus Cristo manda honrar e amar os seus irmãos. É por isso que Ele próprio os assume em Si mesmo, dizendo: Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes; Ele dá-Se a cada um na santa comunhão.