Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

acólito

 

Do gre¬go, akoluthein (acompanhar, seguir), por sua vez, de keleuthos (caminho).
Já desde os primeiros séculos temos testemunhos de que, entre os vários mi¬nistérios litúrgicos, existia o do acólito. De imediato se converteu numa das quatro «Ordens Menores» (junto com a de ostiário, exorcista e leitor).
Paulo VI, no seu Motu proprio de 1972, Ministeria quædam, suprimiu as quatro ordens menores e deixou como «ministérios instituídos» o de Leitor e o de Acólito; o primeiro relacionado com o serviço à volta da Palavra, e o segundo à volta do altar e dos sacramentos. Editou-se também, como parte do Ritual das Ordens, o rito para instituir Acólitos, que consta de uma monição, uma oração e a entrega simbólica da patena com pão ou do cálice com vinho.
O documento de Paulo VI, o Missal Romano (cf. IGMR 98.187-193; ILA 36-60) e o Ce¬rimonial dos Bispos
(n. 29) explicam os diversos ministérios do acólito: atender ao serviço do altar, ajudar o sacerdote e o diácono, prestar o seu serviço nas diversas procissões, por exemplo, com a cruz, o incenso ou o livro, preparar o altar e puri¬ficar, no final, os vasos sagrados, aten¬der, no ofertório, à recolha dos dons, distribuir a Eucaristia como ministro extraordinário, expor e guardar o Santíssimo, embora sem dar a bênção, instruir outros ajudantes e meninos de coro…
A sua atitude espiritual, como ministro instituído, aponta para a Eucaristia, para o amor dos sacramentos, para o cul¬to eucarístico, para a oferenda de si mesmo e para o cuidado dos outros, sobretudo, os mais necessitados e doentes (cf. Rito da Instituição dos Acólitos, n. 41).
Também se chama «acólitos» aos que, sem estar «instituídos» neste mi¬nis¬tério de maneira estável e oficial, colaboram com o seu serviço à volta do altar. Neste sentido, chamavam-se também «meninos de coro». Estas crianças ou jovens realizam os mesmos serviços (excepto a distribuição da co¬mu¬nhão ou a sua exposição para o culto). Assim como o ministério instituído está reser¬vado a varões, este outro serviço, mais ou menos eventual, não consta no Direito que esteja excluído às mulheres: como também se lhes pode entregar a distribuição da comunhão, como ministro extraordinário.
Ultimamente, introduziu-se em vários lugares o costume das «acólitas», sobretudo na América do Norte e na Ale¬manha, com a permissão mais ou menos explícita dos respectivos Episcopados. Também entre nós se nota claramente esta tendência, com resultados muito positivos. A naturalidade que hoje em dia existe na educação mista e na vida social foi favorecendo que também neste serviço ao altar se mudasse o costume e a legislação contrária anterior. É a mesma igualdade que já existe no ministério da leitura e da distribuição da Eucaristia, dentro ou fora da Missa, que não distingue entre homem e mulher no seu exercício.
Finalmente, em Março de 1994, a Congregação para o Culto Divino, interpretando o cânone 230, §2 do Código de Direito Canónico sobre as funções realizadas nas acções litúrgicas por leigos, respondeu que a enumeração desse cânone (leitores, monitores, canto¬res) também se pode estender ao servi¬ço do altar, tanto para homens como para mulheres. E deixa-o ao critério de cada bispo, ouvido o parecer da própria Conferência Episcopal.
Porém, quer sejam meninos ou meninas, rapazes ou raparigas, os «acó¬litos» deveriam ocupar no espaço do pres¬bitério um lugar discreto, não se sentando ao lado do presidente (à maneira do diácono e subdiácono, noutros tempos) nem estando a seu lado no altar, diante do povo, mas num lugar lateral, a partir do qual possam exercer o seu serviço de ajuda e celebrar em todo o momento também eles, sem necessidade de «partilhar a presidência» com o sacerdote.
As crianças e adolescentes, em princípio, não recebem missões de «animação» na comunidade de adultos (monitores, directores de oração, leitores). Mas sim este tipo de serviços que são sobretudo de ajuda ao sacerdote (procissões, preparação do altar, trazer e retirar os objectos sagrados, sustentar o livro durante as leituras, etc.). Ao mes¬mo tempo, são um pouco como a imagem representativa de uma comunidade cristã que é formada também por crianças e jovens. A sua presença e a sua ajuda na celebração, no espaço do presbitério, é uma boa imagem da comunidade e motivo de alegria para todos.

--> Ministérios. Meninos de coro. Ordens menores.