Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

Tríduo Pascal

 

«O sagrado Tríduo da Paixão e Ressurreição do Senhor é o ponto culminante de todo ano litúrgico, porque a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus foi realizada por Cristo especialmente no seu Mistério Pascal […]. A proeminência que na semana tem o domingo tem-na, no ano litúrgico, a solenidade da Páscoa » (NG 18; EDREL 648-651).
Nos primeiros séculos, assim que a tradição oriental, de celebrar a Páscoa a 14 de Nisan, e a tradição romana, de a celebrar no domingo seguinte, se unificaram – entendendo esta unidade como a da concepção teológica do mistério da Páscoa –, começou-se a preparar a celebração deste domingo de Páscoa com dois dias de jejum – na sexta-feira e no sábado –, dando assim origem ao Tríduo Pascal do qual já dão testemunho escritores do século III. No século IV, já está universalizado e considerado como tradicional, e Santo Agostinho chama-lhe «Páscoa de Cristo morto, sepultado e ressuscitado».
Nos últimos séculos, tinha-se deslocado o interesse, falando-se mais do «Tríduo Santo», formado por Quinta-Feira, Sexta-Feira e Sábado Santos. Agora, o Tríduo Pascal volta a consi¬derar Sexta-Feira, Sábado e Domingo, tomando-se a Missa Vespertina de Quin¬ta-Feira «in coena Domini» como o seu prólogo ou introdução. O Tríduo Pascal acaba em Vésperas do Domingo da Ressurreição.
Estes três dias celebram-se como um único dia: na Sexta-Feira e no Sábado não se celebra a Eucaristia (são dias «*alitúrgicos»), até que, com a Vigília, se começa já a celebração do dia terceiro e definitivo. Além disso, «na Sexta-Feira da Paixão do Senhor e, conforme as circunstâncias, no Sábado Santo até à Vigília Pascal, celebra-se em toda a parte o sagrado jejum pascal» (NG 20).
A palavra «tríduo» significa três dias e, portanto, também tem outras aplicações na vida cristã, fora da liturgia: por exemplo, os «tríduos» de preparação devocional de uma festa.

--> Jejum. Páscoa. Quinta-Feira Santa. Sábado Santo. Sexta-Feira Santa. Vigília Pascal.