Curso Acólitos

1 – A nossa paróquia
2 – O que é uma igreja
3 – O interior de uma igreja
4 – O que é um acólito
5 – O altar
6 – A cadeira presidencial e o ambão
7 – Ser acólito
8 – Gestos e atitudes na liturgia
9 – O acólito na primeira parte da Missa
10 – O acólito na segunda parte da Missa

Atividades

 

 


 

 

 

 

 

5 - O ALTAR

 

1. O que é o altar?

Na terceira lição do nosso curso fizemos a apresentação do interior de uma igreja e dissemos que, no presbitério, havia vários objectos importantes. Um deles é o altar. Será esse o assunto desta quinta lição.

Dizem os Evangelhos que, na sua última Ceia, Jesus, depois de Se sentar à mesa com os Apóstolos (Lc 22, 14), tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo. No fim da Ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de Mim.

Os primeiros cristãos chamaram mesa do Senhor (1 Cor 10, 21) à mesa onde celebravam a Ceia que Jesus lhes recomendara que fizessem em sua memória.

De facto o altar cristão é, em primeiro lugar, a mesa da Ceia do Senhor, e em segundo lugar o centro da celebração da missa, como diz o missal: «O altar, em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a missa..., e ainda o centro da acção de graças celebrada na Eucaristia».

É no altar que se depõe o pão e o vinho que se tornarão Corpo e Sangue de Cristo. É desta mesa que se aproximam os que desejam receber o pão da vida e o cálice da salvação. O altar é, portanto, uma mesa, mas mesa muito especial que deve ser tratada com muito respeito e carinho. Mais tarde diremos outras coisas acerca do altar. Por agora ficamos apenas com esta noção que é importante. O altar é a mesa da Ceia de Cristo. É nele que se celebra a Eucaristia.

 

2. Um só altar

Quando as reuniões dos cristãos se faziam nas casas de alguns deles, como vimos na segunda lição, a mesa da Ceia do Senhor era colocada na sala só no momento em que se trazia o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia.

Ao começarem a construir-se as primeiras igrejas, o altar passou a ser fixo, isto é, a estar sempre no mesmo lugar. Já não se punha e tirava como até então. Mas continuou a haver um só altar em cada igreja. Para quê? Para mostrar melhor que Jesus tinha feito uma única última Ceia, e que é nela que todos os cristãos, que formam um só povo, comungam o corpo e o sangue do seu único Senhor, que é também o único Salvador que morreu e ressuscitou por todos os homens e mulheres.

Mais tarde, passou a haver muitos altares nas igrejas. Isso não foi bom, porque às vezes, numa mesma igreja, à mesma hora e em diversos altares, havia vários padres que celebravam missa para vários grupinhos de fiéis. Estamos a ver os resultados que daí nasceram: cada grupinho dizia que tinha estado na sua missa. Até parecia que não pertenciam todos a um só povo cristão, ou então que Jesus não tinha feito uma única última Ceia.

As normas litúrgicas actuais dizem que, em cada igreja, construída de novo, é melhor haver um altar: «É preferível que nas novas igrejas a construir se levante um só altar, para que na assembleia una dos fiéis o altar único signifique que há um só Cristo e uma única Eucaristia da Igreja».

Nas igrejas antigas, com muitos altares, nada se deve fazer sem estudar muito bem cada caso: «Nas igrejas já construídas, quando nelas existir um altar antigo que torne difícil a participação do povo, e que não se possa transferir sem detrimento do seu valor artístico, construa-se outro altar de forma artística e devidamente dedicado, e realizem-se apenas nele as celebrações sagradas. Para não desviar a atenção dos fiéis, não se adorne de modo especial o altar antigo».

 

3. As coisas que se colocam no altar

Hoje em dia, quando está junto do altar, o presidente volta-se para a assembleia. Mas ainda não há muitos anos que não era assim. Quando o sacerdote celebrava missa, fazia-o de costas voltadas para os fiéis. Foi o Concílio Vaticano II que restaurou o costume primitivo, ao dizer que, «nas igrejas novas, o altar deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar à volta dele e celebrar a missa de frente para o povo». Nas igrejas antigas também se fez essa adaptação. Hoje, todos os bispos e presbíteros celebram a missa voltados para os fiéis.

O altar pode ser de pedra, de madeira, ou de outros materiais sólidos, e as suas dimensões não precisam de ser muito grandes. Por ser no altar que se celebra a Eucaristia e se distribui o Corpo e o Sangue de Cristo aos fiéis, está sempre coberto com uma toalha branca. Isso mostra bem que a missa é uma festa. Em nossa casa, nos dias de festa, também se cobre a mesa do almoço ou do jantar com uma toalha bonita.

Em cima do altar ou à volta dele colocam-se os castiçais com velas acesas, mas de maneira que os fiéis possam ver bem o que se realiza nele. Porque pomos nós velas acesas junto do altar ou em cima dele? Para recordar que Cristo é a luz do mundo, e que essa luz continua a brilhar na Igreja para iluminar toda a família humana. Além disso, as velas acesas são sinal de festa.

Na igreja também deve haver uma cruz com a imagem de Jesus crucificado. Deve ser uma cruz proporcional às dimensões da igreja e bem visível a toda a assembleia. Não deve, portanto, ser uma cruz pequenina. Onde colocá-la? Junto do altar ou noutro lugar conveniente.

Sobre o altar, fora da celebração, não se devem pôr outras coisas. Ele é a mesa da Ceia do Senhor, e essa mesa merece-nos muito respeito. Por isso, quando nela se colocam flores, devem ser poucas, e postas num dos lados do altar, para não dificultarem a visibilidade: «A ornamentação com flores deve ser sempre moderada, e em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se perto dele».

 

4. Outras coisas que se põem no altar durante a missa

Para poder celebrar-se a Eucaristia são precisas outras coisas no altar. Vamos falar delas e vê-las com os nossos olhos, para lhes fixarmos melhor os nomes e as sabermos distinguir umas das outras.

Quando a missa começa, o leitor, que traz o Evangeliário na procissão de entrada, coloca-o sobre o altar, e aí fica até à proclamação do Evangelho, onde o presidente o vai buscar e o leva para o ambão. No fim da liturgia da palavra, quando o presidente vai para o altar, o acólito leva o Missal para lá. Depois vai entregando nas mãos do presidente várias coisas, e todas são colocadas no altar pelo presidente: o corporal, a patena e a píxide com o pão, o cálice e o sanguinho (à medida que se for falando em cada um destes objectos, devem mostrar-se aos acólitos, para eles irem aprendendo os seus nomes).

Também pode ser o acólito a colocar no altar o corporal, o sanguinho e o cálice. Mas é mais bonito que ele entregue tudo nas mãos do presidente.

Se no altar houver um microfone, deve ser de pequenas dimensões.

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