Santos

Os Sete Santos Fundadores dos Servos da Virgem Santa Maria

 

Nota Histórica

Os sete fundadores dos Servos da Virgem santa Maria – Bonfílio, Bartolomeu, João, Bento, Geraldino, Ricóvero e Aleixo – nasceram em Florença. Abraçaram, primeiramente, a vida eremítica no Monte Senário, dedicados, em especial, à veneração e culto da Virgem Maria. Depois, consagraram‑se à pregação por toda a Toscana e fundaram a Ordem dos Servos da Virgem santa Maria, sob a Regra de Santo Agostinho. Celebra-se hoje a sua memória, porque, segundo a tradição, Aleixo, o último dos sete fundadores, morreu centenário neste dia do ano 1310.

 

Missa

Comum dos santos: para os religiosos.

Oração coleta
Dai-nos, Senhor, aquele espírito de piedade
que levou os santos fundadores dos Servos da Virgem santa Maria
a venerar fervorosamente a Mãe de Deus
e a reanimar a fé do povo cristão.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

 

Liturgia das Horas

Da Legenda da origem da Ordem dos Servos de Maria

(Mon. Ord. Serv. B. Mariae Virginis 1, 3.5.6.9.11: pp. 71ss) (Sec. XIV)

Louvemos os homens gloriosos

Houve sete homens, dignos de muita reverência e honra, que Nossa Senhora reuniu como sete estrelas, para dar início, com a sua fraterna união de alma e de corpo, à Ordem sua e dos seus servos.
Quando entrei na nossa Ordem, já não encontrei vivo nenhum deles, a não ser o Irmão Aleixo. Quis Nossa Senhora conservar o Irmão Aleixo livre de morte corporal até aos nossos dias, para que de sua viva voz pudéssemos conhecer a origem da nossa Ordem. Como pude verificar por experiência e com os meus próprios olhos, a vida deste Irmão Aleixo não só servia de exemplo a todos os que o rodeavam, mas também era um testemunho vivo do estado de perfeição e profunda religiosidade com que ele e os seus irmãos tinham iniciado a mencionada Ordem.
No estado de vida destes sete varões, antes de terem iniciado a vida em comum, quero realçar quatro aspectos.
Em primeiro lugar, no que respeita à sua inserção na Igreja. Alguns não se tinham casado, por estarem decididos a guardar a virgindade ou castidade perfeita; outros estavam ligados pelo vínculo do matrimónio; outros finalmente, estavam já livres do matrimónio por morte da mulher.
Em segundo lugar, no que respeita ao bem-estar dos cidadãos. Exerciam a profissão de mercadores, e compravam e vendiam bens terrenos. Mas quando encontraram a pérola preciosa, isto é, a nossa Ordem, não só deram aos pobres tudo o que possuíam, mas a si próprios se ofereceram com ânimo alegre a Deus e à Senhora, para fielmente os servirem.
O terceiro aspecto é o que respeita à reverência e honra de Nossa Senhora. Havia então em Florença uma certa irmandade, fundada já há muito tempo, em honra da Virgem Maria, a qual, pela sua antiguidade, pelo número dos seus aderentes e pela santidade dos homens e mulheres que a constituíam, tinha posição de relevo no meio das outras, e por isso se chamava Congregação Maior de Nossa Senhora. Como membros especialmente devotos de Nossa Senhora, estes sete homens faziam parte dessa Congregação antes de se reunirem em comunidade.
O quarto aspecto diz respeito à perfeição da sua alma. Amavam a Deus sobre todas as coisas e, orientando para Ele tudo o que faziam, honravam-n’O em todos os pensamentos, palavras e obras.
Quando se decidiram com firme propósito a reunir-se em comunidade, sob a inspiração divina, especialmente chamados por Nossa Senhora, dispuseram da casa e da família, deixando a esta o necessário, e distribuíram o resto pelos pobres. Depois procuraram homens de bom conselho e de vida exemplar, e puseram-nos a par do seu projecto.
Subiram ao Monte Senário, construíram no alto uma pequena casa e para lá foram viver juntos. Aí começaram a pensar não só na própria santificação, mas também na possibilidade de agregar outros membros e fazer crescer a nova Ordem que Nossa Senhora tinha iniciado por meio deles. E tomando a resolução de acolher novos irmãos, receberam alguns que se lhes queriam juntar, e assim erigiram a nossa Ordem. É a Nossa Senhora que se deve principalmente este edifício, fundado na humildade dos nossos irmãos, construído na sua concórdia e conservado na pobreza.