Questões e respostas

Lugar de participação na Missa e na Comunhão

Será normal fazer da sacristia lugar habitual de participação na Missa, do princípio ao fim? No caso de algumas pessoas aí ficarem (não por razões de doença), onde devem receber a Comunhão: na nave, juntamente com os outros fiéis, ou no presbitério?

 

Arquitectonicamente falando, o interior de qualquer igreja tem dois espaços distintos, mas unidos: a nave e o presbitério. Porquê? Porque o edifício sagrado, na sua disposição geral, deve reproduzir de algum modo a imagem da assembleia congregada (IGMR 294). Ora, uma assembleia congregada é constituída pelos fiéis (a grande maioria) e pelos ministros (uma pequena minoria). É na nave, a parte mais ampla em relação ao edifício, que ficam os fiéis, enquanto que no presbitério, de menores dimensões do que a nave, ficam os ministros (sacerdote celebrante, diácono, acólitos, etc.).
Claro que uma igreja pode ter também diversos anexos, entre os quais se inclui a sacristia ou sacristias. Mas elas não são (salvo em casos extraordinários), lugares onde e donde os fiéis participem nas celebrações.
É na nave da igreja (ou no coro alto, prolongamento da nave) que os fiéis participam na Missa. A sacristia não é lugar para isso. Mas já houve tempos em que podia ser, todas as vezes que o número dos fiéis excedia a capacidade da nave. Em tais circunstâncias, cada qual ficava onde podia: ou no prolongamento da assembleia, fora da igreja (a porta principal ficava aberta, e quando chovia ou fazia muito sol cada qual procurava abrigar-se como podia), ou na sacristia, ou no corredor que lhe dava acesso, ou ainda num pequeno espaço entre a nave e a capela-mor (nem todas as igrejas o possuíam) onde, geralmente, não ficava ninguém. Nesses tempos não se falava em “participar na Missa”, mas sim em “assistir à Missa” ou em “ouvir Missa”.
Mudam-se os tempos..., mudam-se os costumes..., alteram-se as regras. Hoje, dentro das nossas igrejas, faltam fiéis e sobram lugares. Pelo menos em muitos sítios. Mais uma razão, a somar a outras, para que ninguém fique na sacristia durante a celebração da Missa. Seja quem for, realize na comunidade o serviço que realizar, pertença ao movimento que pertencer. O lugar dos fiéis é a nave, e o dos ministros o presbitério. Voltamos a dizer: salvo raríssimas circunstâncias ocasionais.
Se a nave é o lugar onde os fiéis participam na Missa e se dessa participação faz ou pode fazer parte a Comunhão, é lógico e normal que a Comunhão dos fiéis tenha lugar na nave.
Como devem os fiéis aproximar-se da Comunhão? Habitualmente devem fazê-lo em procissão (IGMR 160). Tal procissão conta-se entre as acções mais importantes da Missa, pelo que convém realizá-la com beleza (IGMR 44). Ela deve exprimir a união espiritual dos comungantes e manifestar a alegria dos seus corações (IGMR 86). Exigências de beleza, de união espiritual e de alegria. Porque se trata de um acto comunitário e não individual, não se deve tomar parte nesta procissão de qualquer maneira, nem no vestir, nem no andar. A apresentação exterior deve ser reflexo dos sentimentos interiores. É contraditório comungar o Corpo e o Sangue do Redentor do mundo e não ter o coração em paz.

Um colaborador do SNL
(BPL 133)