Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

Oração salmódica

 

Entre as coisas que, «dentro da tradição latina, muito contribuem para a inteligência dos Salmos ou para fazer deles oração cristã», junto aos títulos e às antífonas, tem particular relevo as «colectas salmódicas» (IGLH 110).
Pelo menos desde o século IV sabe--se que, em diversas regiões da Igreja, se iniciou este costume: depois de recitar o Salmo, e após um momento de si¬lêncio, recitava-se uma oração sál¬mi¬ca, dando assim à salmodia um tom meditativo e, sobretudo, ajudando a «cris¬tianizar» os salmos, a partir da pers¬pectiva de fé e das circunstâncias da vida de cada um. Chamavam-se também «colectas sálmicas», porque o que a pronunciava «recolhia» a oração que silenciosamente cada membro da comunidade tinha feito depois do Salmo.
Talvez tenha sido a antiga liturgia hispânica aquela onde foi mais rica a colecção de orações sálmicas, compostas por bispos, como Leandro de Sevilha ou Conâncio de Palência, e onde duraram mais tempo até, também aqui, se perderem.
Na Liturgia das Horas, reformada depois do Vaticano II, no seu tomo V, oferecem-se orações para cada Salmo, para que sirvam de «auxílio para quem recita os salmos os entender num sentido predominantemente cristão» e se possam «utilizar livremente, de acordo com a antiga tradição, da seguinte maneira: terminado o Salmo, após uns momentos de silêncio, reza-se a colecta, como que a resumir os afectos de quem salmodia e a concluir a oração» (IGLH 112).

--> Colecta. Salmos.