Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

odor, olor

 

Todos os sentidos têm a sua função e o seu simbolismo, na celebração litúrgica, e não apenas a audição e a vista.
O bom odor traz também pedagogia e sentido à celebração do mistério cristão: a estética e o perfume das flores, diante do sacrário ou diante da ¬ima¬gem da Virgem ou adornando o altar; o sentido dos óleos frescos e perfumados para as várias unções sacramentais; o bom olor do incenso, com cujo fumo se incensa o altar, a cruz ou as pessoas ou o defunto…
Na linguagem bíblica, muitas vezes, associa-se o perfume com a unção. É eloquente a passagem de Ex 30,22-25, onde se enumeram os vários aromas escolhidos para confeccionar o óleo para as várias unções: aroma, mirra, cinamomo, cana aromática, cássia, azeite de oliveira. No NT, recordamos a cena, cheia de amor e ternura, em que a mulher de Betânia ungiu os pés de Jesus e toda a casa se encheu de aroma de perfume (cf. Jo 12,3).
O bom olor produz uma sensação de agrado, exprime o apreço em que se tem o lugar sagrado e os conteúdos da celebração. Na monição do Ritual da Confirmação que motiva a crismação «com óleo perfumado» passa-se, de imediato, ao simbolismo: «o baptizado recebe […] a marca do Senhor, juntamente com o dom do Espírito que o configura mais perfeitamente com Cristo e lhe confere a graça de difundir entre os homens o “bom odor”» (n. 9). Como tinha afirmado S. Paulo: «Porque somos para Deus o bom odor de Cristo» (2Cor 2,15).