Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

estação

 

Do latim, stare, statio (estar de pé, deter-se). Por isso, falamos das estações de comboio ou de autocarros, e designam-se como estações as várias pausas e etapas da via-sacra e da procissão com o Santíssimo.
A origem de «estação» parece que é romana, de uso militar: guarda, posto de guarda. No Cristianismo, já no século II, se dá este nome à reunião da comunidade, nos dias de jejum e de oração (quarta e sexta-feira). Mas aplicava-se, sobretudo, às convocatórias comunitárias de Roma que, presididas pelo Papa, se realizavam em determinadas igrejas, na Quaresma. O Missal de Pio V ainda conservava, como recordação histórica, por exemplo, que na Quarta-feira de Cinzas havia «estação em Santa Sabina».
Depois, veio a aplicar-se a toda a reunião comunitária presidida pelo bispo, sublinhando, portanto, o sentido teológico de uma comunidade eclesial à volta do seu pastor, para celebrar a Eucaristia, com um tom itinerante de Igreja peregrina. Nos Congressos Eucarísticos internacionais, a Eucaristia conclusiva recebe o nome de statio orbis, a estação da Igreja Universal.
O Cerimonial dos Bispos convida a que, acomodadas a cada localidade, se celebrem missas estacionais, que descreve detalhadamente (CB 119-170), recordando a «manifestação mais importante da Igreja local dá-se quando o Bispo, na qualidade de sumo sacerdote do seu rebanho, celebra a Eucaristia, mormente na igreja catedral, rodeado do seu presbitério e ministros, com plena e activa participação de todo o Povo santo de Deus» (CB 119; cf. SC 41).
Além desta importante «missa estacional», aplica-se o termo para as Exé¬quias cristãs, nas quais se recomenda fazer «três estações», na casa, na igreja e no cemitério, com as duas procissões correspondentes: de casa para a igreja e da igreja para o cemitério (Ritual nn. 4-9).