Dicionário elementar de liturgia

José Aldazábal

 

Credo

 

A palavra Credo, que inicia a Profissão de Fé «Credo in unum Deum», vem do latim, credere (crer, ter por verdadeiro), que significa também dar, confiar a alguém, dar crédito (daí as cartas credenciais).
Para o cristão, o termo desta crença é Deus e a pessoa de Jesus Cristo e a sua obra salvadora. Desde os primeiros séculos que se exprimiu a fé cristã nuns símbolos, ou seja, nuns formulários que recolhem (do grego, sym-ballo [reunir]) os diversos artigos ou aspectos da nossa fé. Um destes símbolos é mais breve, chamado «dos Apóstolos», e ou¬tro mais longo, o «niceno-cons¬tan¬ti¬no¬politano», fruto da conjunção das profissões de fé de dois concílios do século IV, o de Niceia (325) e o de Constantinopla (381). Ambos estão agora no nosso Missal.
Professamos a fé, sobretudo, no con¬texto da iniciação cristã: na celebração do Baptismo e da Confirmação e na Vigília Pascal de cada ano. Precisamente um dos gestos mais pedagógicos no processo catecumenal dos primeiros séculos, agora recuperado no novo Ritual para a iniciação de adultos, é a «traditio symboli», a entrega do Símbolo: a comunidade entrega o Sím¬bolo, ou seja, encomenda aos que se preparam para o Baptismo que aprendam de memória a fórmula que vai ser o resumo e ponto de referência da sua fé para toda a vida.
Esta proclamação do Credo, que começou nas Igrejas do Oriente, só passou para a Eucaristia, no século V. Na li¬tur¬gia romana faz-se aos domingos e dias mais solenes, depois da escuta da Pa¬lavra e da homilia. Na liturgia his¬pâ¬nica, introduziu-se no século VI, não no mesmo lugar que na romana, mas an¬tes do Pai-Nosso, como primeiro mo¬mento preparatório para a comunhão, e, além disso, com carácter diário, considerando, portanto, a Profissão de Fé como elemento fundamental da celebração.
A razão de ser do Credo, na Eucaristia, é-nos explicada na Introdução ao Leccionário da Missa, que cita e completa o Missal: «O símbolo ou profissão de fé diz-se na celebração da Mis¬sa, conforme as rubricas, para que a assembleia reunida manifeste o seu assentimento como resposta à Palavra de Deus escutada nas leituras e na homilia, e recorde, antes de começar a celebração do mistério eucarístico, a regra da sua fé, segundo a fórmula aprovada pela Igreja» (OLM 29; cf. IGMR 67).

--> Profissão de fé. Símbolo.